A aparente calma na região de Darfur, oeste do Sudão, encoraja milhares de deslocados internos e refugiados a regressarem àquela província sudanesa, indicou esta semana a Missão da União Africana e das Nações Unidas em Darfur (MINUAD).
O chefe da missão, Ibrahim Gambari, afirmou que a violência na conturbada província sudanesa diminuiu cerca de 70 por cento, “graças à actividade da missão em prol de um processo político para uma resolução pacífica na região”.
A Missão conjunta da UA e da ONU revelou igualmente que o número de deslocados e de refugiados em Darfur baixou recentemente de 2,8 milhões para um 1,8 milhões nos três Estados da região.
O comissário sudanês para os refugiados disse na terça-feira que, desde o início de 2011, mais de 10 mil refugiados e deslocados regressaram ao Estado de Darfur Ocidental, perto da fronteira com o Chade.
“Pela primeira vez, deslocados e refugiados afectados por oito anos de conflito regressam às terras de origem, em vez de fugirem das suas aldeias” disse Mohamed Ahamed Al Aghbash. Os refugiados, acrescentou, regressam a pé a Darfur, palco de violentos confrontos desde Fevereiro de 2003 e para os quais ainda não se conseguiu encontrar uma solução política global.
O comissário frisou que o regresso é particularmente visível nas aldeias de Nauru, a 40 quilómetros de Genaina e na aldeia de Al Khaimai, a 30 quilómetros da mesma cidade.
“Pensamos que a melhor via é encontrar uma solução para os problemas dos deslocados e dos refugiados, para que possam regressar voluntariamente às suas terras de origem. É o que a comissão deve fazer”, afirmou o comissário.
Observadores políticos consideram que a aproximação e cooperação estreita entre o Sudão e o Chade, depois de anos de afastamento político entre os dois países, contribuíram para o regresso da calma naquela região africana.
Fim do diferendo
Cartum prometeu pôr fim ao diferendo político com Juba.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Sudão, Ali Ahmed Karti, afirmou em Nova Iorque que o Sudão se comprometeu “a resolver todos os conflitos ligados ao seu acordo de paz com o vizinho Sudão do Sul, incluindo a questão da delimitação da sua fronteira e a divisão dos rendimentos do petróleo”.
Ao discursar na Assembleia-Geral das Nações Unidas, o dirigente sudanês disse que Cartum aceitou a decisão do Sudão do Sul de se separar do Sudão, em Julho de 2011, “porque queria a estabilidade e uma paz duradoura” e que Cartum “concede prioridade à resolução do conflito na província de Darfur”.
Fonte: Jornal de Angola
Fotografia: Afp