A ministra do Ambiente, Fátima Jardim, defendeu que se deve dar maior atenção aos actores da recolha e tratamento de resíduos para a garantia de um serviço adequado e um aproveitamento dos mesmos.
Fátima Jardim fez este apelo durante o discurso de abertura do seminário de apresentação do Plano Estratégico para a Gestão de Resíduos Urbanos em Angola (PESGRU). O referido plano é um instrumento que define um conjunto fundamentado de propostas de actuação para alteração do paradigma de gestão de resíduos no país.
A ministra disse que o Plano Estratégico para a Gestão de Resíduos Urbanos contribui para a melhoria da saúde pública e do aspecto paisagístico das cidades que estão em pleno crescimento económico e desenvolvimento sustentável, sobretudo na componente urbanística.
“Este projecto é um trabalho resultante de uma auscultação e discussão do Ministério do Ambiente e parceiros prontos a garantir uma gestão mais efectiva dos recursos, pois este assunto constitui uma das prioridades do Executivo”, disse.
Fátima Jardim afirmou que o desenvolvimento económico do país, das áreas periurbanas e rurais e a expansão das áreas urbanas são factores positivos que resultam em maior produção de resíduos e exigem um sistema nacional de recolha e tratamento eficaz para dar resposta à realidade dos resíduos no país.A caracterização dos resíduos, o modelo de gestão, os sistemas de remoção de limpeza de espaços públicos, tratamento e o destino final dos resíduos são aspectos importantes da sua gestão, acrescentou. A ministra referiu que a produção de resíduos e o aumento do consumo não pára de crescer, pois também é proporcional ao crescimento da população e das cidades.
“Constatamos em Angola que, à semelhança de muitos países em desenvolvimento, a taxa de produção de resíduos está a crescer. Temos actualmente uma taxa média diária de 0,46 quilos por habitante”, revelou Fátima Jardim.
Debilidades na recolhaA ministra fez referência ao actual sistema de recolha e tratamento de resíduos a nível nacional, delineando que o mesmo apresenta algumas debilidades. “Encontramos no sistema anomalias desde a operação, deposição, recolha, transporte, tratamento e destino final dos resíduos”, disse. Esta situação, disse Fátima Jardim, levou com que fossem definidos objectivos sectoriais para melhor organizar o actual sistema e apreciar o modelo de gestão, os níveis de responsabilidade e o grupo dos diferentes actores no sistema.
“Precisamos de modelos modernos que, acima de tudo, atendam ao interesse ambiental, económico e social” defendeu a ministra do Ambiente, Fátima Jardim.