Um membro do partido da oposição na Guiné Equatorial, Cidadãos para a Inovação (CI), morreu numa esquadra do país, devido os actos de tortura, disse esta segunda-feira à agência noticiosa espanhola Efe o líder desta formação, Gabriel Nsé Obiang Obono, noticia a Lusa.
O homem, Santiago Ebe Ela, é uma das 146 pessoas que se encontram detidas desde há duas semanas em esquadras em todo o país, sem julgamento, segundo o relato do líder do único partido na oposição.
O CI é o único partido com representação parlamentar (um em 100 deputados, sendo os outros 99 do partido no poder, Partido Democrático da Guiné Equatorial).
Ebe Ela morreu na madrugada de domingo numa esquadra de Malabo, e Gabriel Obiang alertou que há a “possibilidade de mais mortos”, numa conversa telefónica a partir da capital equato-guineense.
“Há gente morta que está nas morgues e o Governo não nos informa”, assegurou o líder do partido, que denuncia a “detenção ilegal e matança” dos militantes do CI.
A tensão aumentou na Guiné Equatorial no final de Dezembro, na sequência de um suposto golpe de Estado que o Governo de Teodoro Obiang Nguema diz ter frustrado.
O executivo equato-guineense afirmou que um grupo de mercenários do Tchad, Sudão e República Centro-Africana entrou, no dia 24 de Dezembro, nas localidades de Kie Osi, Ebebiyin, Mongomo, Bata e Malabo para atacar o Presidente, responsabilizando pela sua autoria “a oposição radical tanto no interior como no exterior”.
O partido Cidadãos para a Inovação negou as acusações de organizar o ataque, afirmando tratar-se de “uma completa montagem”.
A Lusa tentou contactar Gabriel Obiang, mas sem sucesso. (Diário de Notícias)
por Lusa