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    Mega-projecto angolano de comunicação levanta dúvidas e suspeitas

    Vem aí mais um mega-projecto de comunicação que, segundo informações preliminares, vai englobar televisão, rádio, jornais, cinema e outros meios.

    O projecto estará sediado em Luanda e vai custar cerca de 19 milhões de dólares.

    A iniciativa, segundo informações, começa a vigorar a partir de Fevereiro do ano que vem e pretende iniciar de raiz sem quaisquer dependências.

    Dois nomes foram apontados para liderar o projecto, Hélder Bárber. antigo presidente do Conselho de Administração da TPA, e Pedro Cabral, actual gestor da RNA.

    Sem gravar entrevista, Pedro Cabral diz que já se retirou do projecto, depois de inicialmente ter sido convidado com 5 por cento para participar na técnica do empreendimento.

    Não foi possível falar com Hélder Barber que, segundo apuramos, mantém-se no projecto, mas não como accionista.

    O economista e jornalista Carlos Rosado de Carvalho diz ter muitas reservas quanto ao surgimento deste grupo.

    “Eu questiono-me como é possível rentabilizar um investimento destes nas actuais condições do mercado angolano, em que por um lado o Estado encerra projectos de informação diz que não quer estes, agora por quê há de querer este novo?”, interroga-se.

    “Tenho muitas duvidas sobre isto”, acrescenta

    O Sindicato dos Jornalistas Angolanos, através do seu dirigente Teixeira Cândido, diz que o projecto é bem-vindo desde que não venha para ser mais do mesmo.

    “O sindicato espera que não seja mais um grupo para satisfazer os interesses políticos e económicos de alguns e que seja um grupo de comunicação que traga um verdadeiro serviço ao cidadão e para a democracia”, sustenta Teixeira Cândido.

    Por seu lado, o jornalista Ramiro Aleixo, antigo proprietário de jornais em Angola, em nome da MFM, diz não ter duvidas que o dinheiro vem do Estado angolano.

    “Não me venham dizer que temos mercado de publicidade em Angola para o surgimento destes grupos porque sabemos que não”, assegura.

    “O dinheiro para este grupo de monopólio é óbvio que vem do Estado como outros que foram criados em Angola”, acrescenta Aleixo, que pergunta: “Como é que alguém aparece com investimento de 20 milhões de dólares e ninguém pergunta sobre a origem do dinheiro e quem está por trás disto?”

    O jornalista e analista político Fernando Guelengue pensa que pelos valores do investimento a Procuradoria Geral da República devia entrar em cena.

    “A própria PGR devia investigar, para se evitar o surgimento de grupos novos sem transparência e que no futuro comece a despedir porque o grupo tem que fechar”, acrescenta Guelengue, alertando ser “precisa muita atenção neste tipo de negócios”

    Num debate radiofónico em Luanda, o jornalista Graça Campos afirmou acredita e que este grupo vai nascer já sem a transparência que se deseja.

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