Em ano eleitoral, pais, encarregados de educação e alunos de 20 escolas primárias do distrito de Magude, na província de Maputo, foram chamados a analisar o seu nível de satisfação sobre o sector da educação, e o resultado deixa a desejar.
Magude é um dos distritos mais pobres da província de Maputo, localizado a cerca de 150 quilómetros da capital do país.
Numa avaliação com vários itens, a comunidade mostrou desagrado com alguns aspetos que caraterizam o ensino público em Moçambique.
De acordo com resultados do estudo do Centro de Aprendizagem e Capacitação da Sociedade Civil (CESC), pais, encarregados de educação e alunos do ensino primário, não esxonderam a preocupação com alguns aspectos que consideram essenciais para um melhor processo de ensino e aprendizagem.
“Existe uma lista de escolas que estão em situação bastante crítica e, no geral, as preocupações estão relacionadas com insuficiência de equipamento na sala de aulas, a indisponibilidade de material escolar para alunos e alunas com necessidades especiais”, explica Edite Joaquim, gestora de programas do CESC.
Autoridades vergam
Num distrito popular pela criação de gado, a avaliação, realizada na primeira metade do ano em curso, como parte do projecto “Noso futuro Brilhante”, implementado pela organização Counterpart, com o financiamento do Departamento da Agricultura dos Estados Unidos (USDA), deu voz aos utentes e financiadores do sistema de ensino para exigirem mais das autoridades neste sector.
“Houve um cartão vermelho como sinal de frustração com situações como a falta de carteiras ou salas de aula, que é onde registamos um baixo nível de satisfação”, sintetiza Nhico Ubisse, coordenador de uma das organizações comunitárias de base em Magude.
A diretora dos Serviços Distritais de Educação em Magude, Isabel Fumo, teve acesso à avaliação e reage com um sentimento de preocupação.
“Acompanhei o relatório com preocupação visto que teve como base a avaliação dos indicadores de padrão de qualidade e há itens que quando não são cumpridos ou executados, criam embaraço para quem é gestor”, diz.
Lanche escolar
No meio a várias preocupações, uma satisfação de realce. As comunidades destacam a implementação do projeto de lanche escolar, que conta com o financiamento da USDA que, segundo avaliação das autoridades de educação, acabou com as desistências escolares no distrito.
“Há situações de fome nas famílias e quando a criança sabe que na escola pode encontrar qualquer coisa para comer é uma motivação e por isso, não temos problema de desistências”, salienta a diretora Fumo.
Por William Mapote