Os autores do golpe de Estado no Mali, cada vez mais isolados dentro e fora do país, tentam controlar a situação face a uma eventual contra-ofensiva.
No sábado, reinava aparente calma em Bamako, capital do país, onde bancos e postos de gasolina permaneciam fechados e continuavam a registar-se saques e disparos esporádicos pelas ruas.
Os golpistas do Comité Nacional para a Regeneração da Democracia e Restauração do Estado, numa breve mensagem divulgada pela televisão pública, que também ocuparam, ordenaram a abertura dos postos de gasolina.
“Foram tomadas medidas de segurança para prevenir os saques”, afirmou um porta-voz dos golpistas, para sossegar os ânimos.
Aquela emissora divulgou, também no sábado, uma intervenção do chefe golpista, o capitão Amadou Sanogo, a afirmar estar bem de saúde. Um de seus adjuntos afirmou que o Exército está unido e apoia o golpe.
Como prova, apresentou alguns soldados e sub-oficiais do Exército e da Polícia do Mali.
Soldados dirigidos pelo capitão Sanogo anunciaram, na quinta-feira, que tinham derrubado o Presidente da República, dissolvido todas as instituições e suspendido a Constituição, após confrontos com militares leais ao governo.
Os golpistas acusam o presidente Touré de incompetência na luta contra a rebelião tuaregue e grupos radicais, particularmente a Al-Qaeda do Magreb Islâmico (AQMI), autores, desde Janeiro, de uma ofensiva no nordeste do país. O grupo islâmico Ansar Din anunciou, no sábado, estar na iminência de tomar Kidal, uma das cidades mais importantes do nordeste do Mali, em plena região tuaregue, onde querem a aplicar a lei do Alcorão. O paradeiro do Presidente Touré continuava, ontem, incerto e a provocar especulações. Ignora-se se está nas mãos dos golpistas ou protegido, em lugar desconhecido, por militares fiéis ao governo e a preparar uma contra-ofensiva. Os líderes africanos condenaram o golpe de Estado.
Fonte: Pana