Quinhentas e quarenta e duas pessoas, entre crianças, jovens e adultos, morreram vítimas de malária, na Lunda Sul, durante os últimos quatro anos (2014 a 2017), informou quinta-feira, o chefe de departamento de saúde pública na região, Gomes Txipilica.
O responsável falava durante a apresentação do tema “Situação epidemiológica da malária na Lunda Sul”, no primeiro simpósio sobre a malária, cuja abertura foi presidida pelo vice-governador para infraestrutura e serviços técnicos, Evanerson Kaputu.
Aclarou que no período em referência, foram registados 299 mil 677 casos da doença, porém, desde 2014 a 2017, registou-se um aumento e ao mesmo tempo redução de casos da malária, destacando o ano de 2014 com 84.032 casos, 227 óbitos, e nove porcento das crianças de 6-59 meses tiveram teste positivo.
Disse que os municípios de Saurimo e Dala registaram maior percentagem de casos e óbitos na província, e a taxa de prevalência do primeiro semestre de 2018 é de 8.231,2 por 100 mil habitantes, comparativamente ao mesmo período do ano 2017 com 7.560,9/100 mil.
Explicou que a formação contínua dos técnicos no âmbito do projecto “saúde para todos” da “USAID/PSI”, treinou 320 profissionais em manuseio correcto de casos da malária nos municípios alvos.
Adiantou que no âmbito do controlo da doença na província da Lunda Sul, o Gabinete provincial da Saúde, em parceria da “PSI” através da fundo da “USAID/PMI” desde 2017, realizou acções de capacitação de profissionais de saúde em todos níveis, em manejo de caso da malária, através das formações contínuas.
A implementação do programa de manuseio de casos da malária nas comunidades, através de Agentes de Desenvolvimentos Comunitárias Sanitários (ADECOS), distribuição massiva de redes mosquiteiras impregnado com insecticida de longa duração e fustigação, constam igualmente do programa do controlo da patologia.
Sublinhou que foram igualmente formadas enfermeiras ligados as consultas pré-natal, parteiras, médicos e enfermeiros, em manuseio de casos da malária na gravidez, assim como casos graves da doença e técnicos de laboratório de diagnóstico laboratorial de plasmódios.
Quanto ao material disponibilizado para o combate a doença, Gomes Txiplica, disse ser insuficiente os equipamentos de fumigação, tendo em conta a densidade populacional e estratégias do programa de controlo da malária a nível comunitário, de diagnóstico, tratamento e abastecimento de medicamentos, controlo integrado do vector e protecção individual.
Apontou como ameaças no combate a endemia, a utilização de anti-maláricos falsos ou contrafeitos, comportamentos inadequados (tratamentos domiciliares), insuficiência de luta anti-vectorial, dificuldades de se fazer o diagnóstico diferencial das síndromes febris.
O reduzido número de técnicos ao nível das unidades sanitárias da província, pouca manutenção dos equipamentos de luta anti-larval, atendendo a carência de acessórios na região, deficiente saneamento básico nos bairros, insuficiência na distribuição de água potável e de equipamento de luta anti-vectorial, foram identificados como sendo os pontos fracos no combate a doença.
Com duração de um dia, o primeiro simpósio sobre a malária foi promovido pelo Gabinete Provincial de Saúde da Lunda Sul, e visou ilustrar e observar a situação epidemiológica da doença na província, bem como avaliar os casos nas unidades sanitárias.
Durante o primeiro semestre de ano em curso, foram registados 50 mil 198 casos de malária, contra os 44 mil 703 do igual período de 2017, na qual resultaram em 79 óbitos em ambas épocas. (Angop)
