O Plano de Electrificação de Cabinda, orçado em cerca de mil milhões de dólares, vai ser desenvolvido, a partir já de 2012, num período de nove anos, anunciou, na capital da província, o secretário de Estado de Energia.
Joaquim Boa Ventura, que apresentou publicamente o plano aos elementos do governo do governo provincial e do Conselho de Auscultação e Concertação Social, referiu que a iniciativa resulta de uma “orientação do Chefe do Executivo, José Eduardo dos Santos, e tem como objectivo cobrir todas as sedes dos municípios e zonas longínquas, incluindo perímetros agro-industriais de energia eléctrica”.
O plano, acentuou, foi concebido para garantir e melhorar a qualidade de fornecimento de energia eléctrica à população e para o desenvolvimento socioeconómico da província.
O secretário de Estado disse que o Governo pretende com este plano que até 2021 todas as sedes municipais estejam 100 por cento contempladas com energia eléctrica.
A nível das aldeias e de outras localidades mais recônditas, salientou, projecta-se uma abrangência na ordem de 70 por cento.
As principais fontes de produção que vão assegurar o fornecimento de energia eléctrica à província, no âmbito do Plano de Electrificação, revelou são, em primeira instância, as duas turbinas a gás de 70 mega watts instaladas na nova central térmica de Malembo.
O secretário de Estado declarou que, face ao crescimento social e industrial na região, há factores que podem no segundo ano de funcionamento do projecto tornar insuficientes a sua potência, que se estima que seja em 2021 de 213 mega watts contra os actuais 52. Atendendo ao agregado nas localidades, quer nas sedes, quer nas do interior e somando o crescimento social e industrial que se prevê na província, preveniu, pode ser necessário duplicar a potência das fontes de produção.
O plano prevê que a segunda fase, a ser desenvolvida entre 2013 e 2015, se cinja às zonas mais isoladas, onde nunca houve energia eléctrica. O início desta segunda fase, a de consolidação ao Plano de Electrificação da província, afirmou, depende muito da realização de um estudo para determinar as possíveis fontes de energia a serem utilizadas naquelas localidades: hídricas, eólicas e foto voltaicos. “Vamos fazer estudos hídricos para sabermos as probabilidades de construção de mini barragens e foto voltaicos e dos ventos, para, com edificação de centrais eólicas, se produzir electricidade”, disse. As fontes limpas de produção de energia são hoje, assegurou, as mais aconselháveis por serem menos dispendiosas causarem menos danos ao ambiente.
O secretário de Estado referiu que os dinheiros para o início dos projectos inseridos no Plano de Electrificação da província já estão cabimentados e que falta apenas serem aprovados.
As verbas, frisou, servem para instalar subestações nos bairros Luvassa Norte, Povo Grande e Tchizo, além de outros equipamentos junto às zonas actualmente abastecidas por grupos geradores isolados. Também está previsto, referiu, aumentar o número de saídas de linhas de transporte a partir da subestação do palácio e instalar alguns PT adicionais na periferia da sede do governo, na baixa da cidade e no Museu regional para garantir o fornecimentos e melhorar o escoamento de energia eléctrica a algumas localidades. O plano director contempla igualmente extensões e interligações dos postos de transformação para no caso de avariarem não serem afectadas as áreas às quais fornecem energia eléctrica.
O secretário de Estado anunciou que vão ser instaladas, na segunda fase, linhas de 30 quilowatts nas localidades com mais habitantes, casos das aldeias de Subantando, Santa Catarina, Fortaleza, Yema e Yabi. “É preocupação do Executivo iluminar as casas e as vilas para aumentar a segurança das populações”, referiu.
Outras fontes de produção
O secretario de Estado sublinhou que, além das duas turbinas a gás e das fontes hídricas, eólicas e foto voltaicos previstas para a produção de energia na província, a barragem do Inga, em Matadi, República Democrática do Congo (RDC), é alternativa.
Responsáveis do sector de energia de Angola e da RDC negoceiam, há mais de cinco anos, a possibilidade da província de Cabinda receber energia eléctrica a partir da barragem do Inga.
“É a alternativa que estamos a estudar”, disse o secretário de Estado, que revelou a intenção do sector desenvolver o sistema de pré pagamento.
A aplicação deste sistema, declarou, permite arrecadar receitas para suportar encargos com a manutenção e mais investimentos.
Para o êxito deste e de outros programas que o sector vai realizar nos nove anos de execução do Plano de Electrificação da província, disse, são imprescindíveis acções de formação especializadas destinadas a jovens.
“O nosso programa tem uma componente muito grande de formação”, referiu e acrescentou:
“Vamos formar jovens da província para garantirem a continuidade do trabalho”. O director provincial da Empresa Nacional de Electricidade (ENE), Arão Bamana, falou na apresentação do plano sobre o quadro do sector.
Arão Bamana referiu que os níveis de produção registam, desde de 30 de Janeiro, com a entrada em funcionamento, em fase experimental de uma das duas turbinas instaladas em Malembo, um crescimento de cerca de 31 mega watts.
O “calcanhar de Aquiles” para a ENE, declarou, é distribuição, pois a rede é bastante velha e já não tem resistência para receber energia de alta potência, como a produzida na nova central térmica.