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    Madres de São José de Cluny acusadas de vender vagas escolares

    As madres da Escola Católica São José de Cluny de Luanda estão a ser acusadas por alguns encarregados de educação de estarem a cobrar dinheiro para a matrícula de novos estudantes. A direcção desmente, dizendo que as inscrições ainda não começaram e que provavelmente a instituição não receberá novos alunos por falta de vagas.
    Com as matrículas à porta para o ano lectivo de 2012, as vagas vão sendo cada vez mais difíceis na escola são José de Cluny, segundo fontes deste jornal que disseram ter já desembolsado mais de 300 dólares norte americanos para garantir a reserva de vagas para os seus educandos.
    As fontes, que não se quiseram identificar temendo represálias, mostraram-se perplexas com a atitude da madre que os abordou no corredor da instituição, quando as mesmas deixavam a secretaria da escola, onde foram informadas da inexistência de vagas para o próximo ano lectivo.
    “Ficámos espantadas. A madre veio ter connosco e disse-nos que nos poderia ajudar a conseguir vagas para os nossos filhos, mas tínhamos de arranjar uma gasosa e concordámos”, contaram as fontes esperançadas na conquista da vaga.
    “Pagámos mais de 300 dólares à madre para reservar a vaga dos nossos filhos. Ela recusou a primeira quantia que demos, dizendo que era pouca. Então, demos o que tínhamos. Agora esperamos ver os nossos filhos matriculados”, disseram as fontes.
    Aquela instituição católica, que lecciona da iniciação ao segundo ciclo, tem sido a preferência de muitos pais que louvam a qualidade de ensino e educação daquela escola religiosa, o que na visão das fontes tem contribuído para a luta “renhida” por parte dos encarregados, na obtenção de uma vaga em cada novo ano escolar.
    “Eles nunca têm vagas, Mas todos os anos fazem lista para reserva de matrículas. Na secretaria disseram nos que não havia vagas, mas já estavam a fazer as reservas. Demos o dinheiro e eles puseram o nome dos nossos filhos na lista. Isto assustanos, porque estamos a falar de uma instituição católica que prima pela moralidade”, desabafaram os interlocutores.
    “Ainda não temos vagas”
    Contactada a direcção da escola, a madre superiora e directora da instituição mostrou-se surpresa com a informação. Leopoldina Candeia disse que a sua instituição prima pelos valores morais, ao mesmo tempo que condenou atitudes que mancham o “bom-nome da escola”.
    A directora, que não aceitou gravar a entrevista, considerou “falsas” as informações prestadas pelas fontes deste jornal, explicando que as matrículas ainda não começaram na sua instituição e que a sua direcção ainda não se decidiu sobre a possibilidade de ingresso de novos alunos, devido à carência de salas de aulas.
    “Nós ainda nem sabemos se vamos receber alunos, como é que estão a dizer isso. Os alunos estão em fase progressiva. Os da iniciação vão para a primeira. E o mesmo acontece com as classes subsequentes.
    Portanto, ainda não temos salas de aulas vagas. Só depois do balanço é que vamos poder estipular o número de alunos a serem admitidos”, explicou a madre Leopoldina, condenand todo e qualquer acto de corrupção.
    “Os encarregados estão sempre a bater às nossas portas, mas nós dizemos que não há vagas. Podem ser essas pessoas que não conseguiram vagas e agora querem manchar a instituição. Nós não aceitamos corrupção e encarregados corruptos não são bem-vindos”, disse a responsável.
    “Aqui não há corrupção”
    Por sua vez, o responsável para o ensino primário, José Adolfo, explicou que a sua escola realiza testes de admissão para avaliar a aptidão dos candidatos. Por isso, afirmou:
    “Quem sabe é matriculado na classe que o encarregado deseja, mas quem não sabe regressa à classe anterior. Aqui não há corrupção. E o exemplo está na procura dos nossos serviços porque os pais confiam na qualidade do nosso ensino”, rematou.
    Aqueles responsáveis explicaram ainda que aquela instituição prevê receber um maior número de candidatos com a conclusão dos primeiros técnicos médios no próximo ano lectivo. “Os primeiros finalistas vão sair somente em 2012 e só assim é que vamos receber os primeiros alunos para as classes de iniciação e primária”, garantiram as fontes.
    Refira-se que na escola São José de Cluny muitos são os encarregados que se vêem obrigados a pernoitar no recinto escolar, no início das matrículas, a fim de conseguir uma vaga para os seus educando. Um método que a direcção disse conhecer, sublinhando apenas que se trata de uma opção escolhida pelos encarregados aflitos.

    Fonte: Novo Jornal

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