Emmanuel Macron acusou os líderes libaneses de “traição colectiva” após terem falhado a formação do governo, facto que coloca em causa a ajuda internacional que deveria permitir que o país a saísse da crise.
Numa conferência de imprensa, no dia seguinte à demissão do primeiro-ministro designado Moustapha Adib, incapaz de formar governo devido a divergências politicas na distribuição de ministérios, o presidente francês disse “estar envergonhado” pela classe política libanesa.
Sem poupar nas críticas, Macron sublinhou que os partidos libaneses “têm total responsabilidade” por este falhanço, que “será pesado” e pelo qual “devem responder perante o povo libanês”. “Algumas dezenas de pessoas estão a trabalhar para a queda de um país” agarrando-se a privilégios, corroborou.
“Observo que fizeram a escolha de entregar o Líbano ao jogo de potências estrangeiras, condenando-o ao caos, ao invés de permitir que beneficie da ajuda internacional da qual o povo libanês precisa”.
“O que os partidos políticos quiseram fazer nas últimas semanas foi simplesmente garantir que são os mesmos que continuam no comando”, alertou o governante francês.
Sobre o Hezbollah, o chefe de Estado afirmou que o partido xiita “não pode, ao mesmo tempo, ser um exército em guerra contra Israel, uma milícia contra os civis na Síria e um partido responsável no Líbano. Cabe-lhe demonstrar que respeita os libaneses no seu todo. Nestes últimos dias mostrou claramente o contrário”, acrescentou.