O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu uma reunião urgente de líderes da União Europeia e do Mercosul para decidir sobre um acordo comercial este ano, durante a sua presidência no Mercosul.
“O Brasil quer e precisa do acordo, mas temos que ser tratados em igualdade de condições”, disse ele em entrevista coletiva na segunda-feira. “É hora de decidir: sim ou não.”
A UE e os países do Mercosul – Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai – têm estado em conversações para tentar fechar um acordo comercial há mais de 20 anos. Um acordo foi anunciado em 2019, mas nunca foi implementado devido a novas exigências, incluindo uma chamada carta paralela europeia com novos termos ambientais.
Lula pressionou pela conclusão do acordo em reuniões à margem da cimeira do Grupo dos 20 em Nova Deli no fim de semana, queixando-se ao presidente francês Emmanuel Macron , à presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen , e ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel , sobre a carta paralela.
Lula classificou o documento, com uma lista de compromissos ambientais, de “ofensivo”. As exigências da França por disposições anti-desflorestação mais fortes ameaçam a finalização do acordo comercial.
“Os termos são inaceitáveis, o Brasil não aceita qualquer tipo de sanção”, disse Lula. Desde que Lula assumiu o cargo em janeiro, o Brasil reduziu o desmatamento na floresta amazônica em cerca de 40%.
Um funcionário da UE caracterizou a reunião com von der Leyen como positiva, dizendo que eles haviam concordado com um processo e um cronograma futuro. O funcionário se recusou a fornecer mais detalhes.
O acordo, se concluído, poderá dar outro impulso ao setor do agronegócio, que impulsiona o status do Brasil como maior exportador mundial de café, soja, carne bovina e outros produtos.