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    Lucro da Sonangol aumenta 32% para USD 3,3 mil milhões

    O lucro da Sonangol ascendeu, em 2011, a USD 3,313 mil milhões de dólares, de acordo com estimativas preliminares, revelou em conferência de imprensa destinada a assinalar os 36 anos da empresa, realizada na última sexta-feira, o presidente do conselho de administração da petrolífera nacional Francisco de Lemos Maria. Este valor representa um significativo progresso (de 32%) em relação ao exercício anterior, que registou um lucro líquido de USD 2,515 mil milhões. A receita decorrente das vendas de petróleo bruto atingiu, no ano transacto, atingiu os USD 33,78 mil milhões, ao passo que a resultante da venda de derivados de crude ascendeu a USD 2.887 milhões. Isto significa que a alta dos preços do petróleo nos mercados internacionais foi mais que suficiente para compensar a quebra de 5,6% na produção diária da Sonangol, a qual passou de 1,76 milhões de barris em 2010 para 1,66 milhões no último ano.

    Todavia, ‘a quebra na produção afectou principalmente as companhias não angolanas’ referiu Francisco de Lemos Maria, já que enquanto a produção directa da Sonangol caiu 6,9% a produção das companhias internacionais recuou 18,2%. Os resultados antes de impostos atingiram os USD 4.938 milhões, traduzindo um aumento de quase 52% em relação a 2010.

    No exercício de 2011 a Sonangol recebeu do Estado angolano, a título de subvenção ao preço dos combustíveis cerca de USD 7.100 milhões. O custo total de importação de petróleo refinado foi, em 2011, de USD 3.300 milhões, o que representa um aumento de quase 25% em relação a 2010. Na venda de bens e serviços, prosseguiu Francisco de Lemos Maria, a Sonangol E.P atingiu a cifra de USD 5.282 milhões, o ramo de Pesquisa e Produção USD 1.744 milhões e a Sonagás USD 128 milhões.

    Refinaria de Luanda

    Entretanto, Ana Bela Fonseca, administradora da Sonangol, revelou que a refinaria de petróleo de Luanda processou durante o ano de 2011 o equivalente a 41.600 barris de petróleo/dia, traduzindo um acréscimo de 26% sobre a produção registada em 2010 e que permitiu uma produção adicional de mais de dois milhões de toneladas de diversos produtos derivados de hidrocarbonetos. A administradora da Sonangol referiu ainda que em virtude da reduzida capacidade de produção da refinaria de Luanda, a Sonangol importou produtos refinados diversos num volume total de 3,270 milhões de toneladas, representando um aumento de 15% em relação a 2010. “O produto refinado derivado de petróleo com maior volume de importação foi o gasóleo com cerca de dois milhões de toneladas”, precisou. Quanto ao processo de construção da refinaria do Lobito, Ana Bela Fonseca disse estarem em curso negociações com as petrolíferas ENI, Total e BP, sendo que as conversações com a italiana ENI se encontram mais adiantadas, assegurando que, no quadro deste processo, a Sonangol tem garantidas 50% das acções da futura refinaria, enquanto a partição dos remanescentes 50% ainda estão por se definir.

    Aposta na energia

    Francisco de Lemos Maria esclareceu que a Sonangol não participará nas privatizações das portuguesas TAP (transporte aéreo) e da ANA (gestão aeroportuária), preferindo apostar no sector da energia.

    Por sua vez, Baptista Sumbe, administrador da Sonangol, precisou que a petrolífera nacional vai centrar o seu esforço de investimento no sector da energia, o seu ‘corebusiness’, reiterando o interesse da empresa estatal em reforçar a sua posição na portuguesa Galp Energia, onde poderá tomar a posição da italiana ENI (33,4% do capital. A Sonangol possui actualmente uma posição relevante mas indirecta na Galp, através da Amorim Energia.

    Baptista Sumbe adiantou estarem em curso negociações com aquele objectivo mas sublinhou ser ‘ainda prematuro avançar com mais informações’. Tendo como referência a cotação da semana passada a Galp está avaliada em cerca de € 10,6 mil milhões, o que significa que a posição italiana valerá cerca de € 3,8 mil milhões. Américo Amorim afirmou ao português Jornal de Negócios existirem ‘contactos’, confirmando estar, em conjunto com a Sonangol, em negociações com vista a definir o modelo que conduzirá á compra dos 33,34% que a ENI tem na Galp.

    Os italianos da ENI abstiveram-se de fazer quaisquer comentários à intenção da Sonangol comprar a sua participação na Galp, alegando «questões sensíveis como o preço e o facto de ser uma sociedade cotada». Questionada sobre as declarações de Baptista Sumbe, administrador da Sonangol, de que a petrolífera angolana “tem intenção de também fazer parte dessa alienação (da ENI)”, a empresa italiana limitou-se a remeter para as recentes declarações do presidente executivo, Paolo Scaroni, que afirmou ter intenção de vender os 33,34%da Galp.

    Carlos Silva, a esperança no BCP

    Quanto à posição no Millennium BCP, a maior instituição bancária portuguesa e de que a Sonangol é o principal accionista qualificado, com 14,59% do respectivo capital, Francisco de Lemos Maria garantiu que apesar das perdas em bolsa, a Sonangol vai continuar no capital social do banco. Referindo-se a este dossiê o administrador Baptista Sumbe referiu: “Está em revisão o estatuto do banco. Também está em revisão o modelo de governança do banco e vai realizar-se nos dias 28 e 29 de Fevereiro a primeira assembleia-geral e o primeiro conselho de administração com os novos gerentes que estão a ser propostos, e só em função disso a Sonangol vai então decidir se aumenta a sua participação no banco até aos 20%”.

    A Assembleia Geral do BCP reuniu terça-feira e teve fundamentalmente como objectivo designar formalmente a comissão executiva liderada por Nuno Amado e distribuir os pelouros dos gestores executivos. As palavras finais com que Menezes Cordeiro, o presidente da mesa da Assembleia Geral do BCP, que funcionou como porta-voz dos accionistas, encerrou a reunião revestem uma particular ressonância.

    Referindo-se ao vice-presidente Carlos Silva, presidente do Banco Privado Atlântico, Menezes Cordeiro disse: “este ilustre cidadão de Angola representa a esperança neste banco. É um grande amigo desta terra que também é a sua”.

    O novo conselho de administração alargado do BCP, em que os investidores angolanos têm representantes directos, reuniu-se ontem pela primeira vez após a sua eleição.

    Banco com CGD avança lentamente

    Ainda no sector financeiro e reportando-se ao processo da criação de um banco de investimento pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) e pela Sonangol Baptista Sumbe afirmou, no decurso da conferência de imprensa concedida pela administração da Sonangol, estar a ‘avançar um pouco lento’, dependendo da conjuntura económica internacional. ‘O processo não avançou muito, principalmente pela conjuntura financeira vigente no mercado internacional, mas as intenções estão presentes’, adiantou o administrador da Sonangol.

    InterOceânico controla actualmente 1,95% do capital do BCP.

    Os accionistas do BCP aprovaram quarta-feira a alteração do modelo de governo do banco, que passa a ter um conselho de administração alargado, onde terão assento representantes dos accionistas. Esta proposta foi eleita com 99,21% dos votos.

    Os investidores elegeram ainda os membros dos diferentes órgãos sociais. O conselho de administração foi eleito com 98,06% de votos favoráveis. Este órgão vai ter como presidente António Monteiro e vai designar uma comissão executiva que será liderada por Nuno Amado, antigo presidente do Santander Totta.

    António Monteiro, o novo ‘chairman’ do banco, referindose ao peso da Sonangol no BCP disse que a petrolífera nacional como ‘um parceiro de referência’ para a instituição “e também é um sinal do quão importante são as relações entre Portugal e Angola”.

    Quanto à entrada de novos parceiros, o responsável ressalvou que o banco deverá continuar a trabalhar “nesse sentido”, ou seja, em “diversificar a estrutura accionista do banco”, não querendo, para já, dar mais pormenores sobre a questão

    Fonte: O País

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