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    Líder da Renamo ameaça impedir eleições em Moçambique se não houver acordo no pacote eleitoral

    O presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, ameaça impedir a realização das eleições autárquicas, em 2013, e gerais, em 2014, em Moçambique “se a Frelimo não aceitar rever o pacote eleitoral”.

    Esta posição deverá ser confirmada hoje, durante a reunião do conselho nacional e de quadros da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), que se realiza em Quelimane, centro de Moçambique.

    Em declarações à Lusa, em Nampula, onde reside, Dhlakama precisou que não se trata de um boicote, mas de impedir a participação nas eleições.

    “Agora chegou o momento: se a Frelimo não aceitar rever o pacote eleitoral, a Renamo não vai participar (nas eleições), nem a Frelimo também vai participar. Ninguém irá participar, eu vou boicotar, quem tentar (participar) vai haver problema sério”, ameaçou Dhlakama.

    “Se nós dissermos ‘a Renamo vai boicotar’, é o que a Frelimo quer. Quer a Frelimo sozinha, com os partidos pequeninos que podem aliciar, e sair a maioria. Ninguém vai participar nas eleições”, insistiu.

    O líder da oposição moçambicana deu como exemplo da sua insatisfação o artigo 85 do pacote eleitoral que, disse, “permite o roubo de votos”, ao definir que “conta-se aquilo que for encontrado dentro da urna” de voto.

    “Se num posto de votação não aparecer nenhum eleitor, mas se um miúdo da Frelimo meteu 40 mil votos para o Guebuza, para a Frelimo, ganhou, conta-se”, disse.

    Afonso Dhlakama admitiu que não tem tido êxito nas denúncias de “não haver eleições limpas” que faz perante a comunidade internacional, “principalmente, Portugal”, que acusou de “diplomacia selvagem” em Moçambique.

    “Todo o mundo sabe disto mas a Europa nunca falou, principalmente Portugal, que tem uma responsabilidade porque foi uma potência colonial, nem fala nisto”, disse.

    “Quando tentamos falar com portugueses, dizem-nos: ‘ah, não, senão vamos ser acusados de neocolonialistas’. Está bem, mas querem investir num país com a paz, com a democracia. Isto é uma diplomacia selvagem”, acusou o líder da Renamo.

    Dhlakama recusou que a não ida às urnas possa resultar num crescimento do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), uma cisão da Renamo, terceira força parlamentar e que já governa duas das maiores cidades do país, Beira e Quelimane, enquanto o seu partido perdeu as quatro autarquias que detinha.

    “Aquilo é uma fantochada, não é nada. O que é o MDM? São uns miúdos, que eram da Renamo e que eu, o Dhlakama, ensinei”, disse.

    FONTE: Lusa

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