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Domingo, Novembro 3, 2024

“Kadhafi morreu”

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 - portal de angola
Morte de Kadhafi celebrada pelos seus adversários

Obama: “Conseguimos o nosso objectivo… Mas este é um momento para o povo líbio. O povo líbio venceu a revolução”.

O antigo líder da Líbia, Muamar Kadhafi, for morto por tropas governamentais que esmagaram a resistência das forcas leais ao antigo regime na cidade de Sirte. Um analista internacional afirma que o apoio que África lhe deu até ao fim não foi bom para o continente.

Dados recolhidos até ao momento indicam que Muammar Kadhafi foi morto em resultado de ferimentos de que foi alvo após ter sido capturado e ferido ao tentar fugir de Sirte.

Tudo começou com o porta-voz do Conselho Nacional de Transição, Abdel Hafez Ghoga a anunciar a partir de Benghazi a leste do país e passo a citar: “Anunciamos ao mundo que Kadhafi foi morto nas mãos dos revolucionários. É um momento histórico, é o fim da tirania e da ditadura. Kadhafi encontrou o seu destino”, fim de citação.

Segundo ainda as forças do CNT o Coronel Kadhafi foi apanhado quando se escondia numa vala de esgotos. “Kadhafi morreu como uma ratazana” – disse um dos rebeldes que o capturou.

 

AFP

 

Um dos combatentes disse à agência Reuters que Kadhafi que se encontrava numa conduta de drenagem numa das estradas de Syrte e terá gritado para não dispararem. O líder líbio no momento da detenção estava gravemente ferido e ainda respirava, citava a Reuters.

Minutos mais tarde o coordenador das operações militares do governo de transição Abdel Madjid Mlegta afirmava por sua vez que Kadhafi foi ferido por um ataque aéreo da NATO e morreu em resultado dos ferimentos.

Entretanto, surgiram imagens na televisão al-Arabiya onde Kadahi era visto ferido mas a andar. É pois, plausível, que Kadhafi tenha sido ferido pela NATO e abatido pelos rebeldes.

Inicialmente o que estava a circular pelas agências de notícias era uma fotografia da face ensanguentada de Muammar Kadhafi captada por um jornalista da AFP a partir de um vídeo disponibilizado por um dos combatentes do governo provisório.

A televisão al-Jazeera tem em seguida mostrado a imagem do líder líbio desta feita já morto, e tem sido esta a prova mais visível até ao momento do anúncio da morte de Kadhafi.

Importa precisar que também o filho de Kadhafi o médico e oficial militar Moutassin Kadhafi foi morto segundo fontes no local. Combatentes do CNT dizem ter recuperado o seu corpo sem vida numa das zonas de combate em Syrte. De salientar que esse Moutassin já tinha sido dado como preso e morto há uma semana pelo governo provisório.

Casa Blanca

Obama fala sobre a morte de Kadhafi

 

O presidente Obama felicitou o povo líbio e indicou que começa, agora, o longo caminho da reconstrução da Líbia e da criação de um regime democrático. “Este é um momento para o povo líbio. O povo líbio venceu a revolução”, disse Obama adiantando que os Estados Unidos também alcançaram o seu objectivo do derrube de Kadhafi.

Antes, a Secretária de Estado Hillary Clinton que se encontrava de visita ao Afeganistão  disse que a morte de Kadhafi poderá ser um “sinal de alívio”. No canal CBS a secretaria de Estado dizia entretanto que a morte de Kadhafi não deverá trazer o fim da luta na Líbia.

Temos também a reacção do senador republicano e antigo candidato presidencial, John McCain, que num comunicado disse que a morte de Kadhafi marca o fim da primeira fase da revolução líbia. McCain apelou aos Estados Unidos e seus aliados europeus e parceiros árabes a reforçarem os apoios ao povo líbio.

 

Reuters

Morte de Kadhafi celebrada na Líbia

 

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon diz por sua vez que a morte de Kadhafi representa uma histórica transição para a Líbia. Ban ki-moon apelou entretanto a todos os combatentes a deporem as armas alertando que o país só pode cumprir as promessas de um futuro melhor, através da unidade nacional e reconciliação.

Ao nível da Europa, o presidente da União Europeia Van Rumpuy e o presidente da comissão Europeia José Manuel Barros divulgaram um comunicado conjunto afirmando que a morte do antigo líder líbio marca o fim de uma era do despotismo e repressão.

O analista de assuntos internacionais e professor de Segurança Internacional da Universidade Católica Portuguesa, Miguel Monjardino, dise que o facto de os países africanos terem ficado ao lado de Kadhafi até ao fim, limita a sua influência internacional.

Monjardino, cuja entrevista pode ouvir no link do canto superior direito desta página, lamenta que sobretudo a África do Sul não tenha mostrado mais solidariedade com o povo líbio.Mas compreende o desconforto africano com uma intervenção da NATO para derrubar um ditador, porque em África há muitos ditadores.

 

Por Redacção | Washington

Fonte: VOA

Foto: Reuters

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