Jornalista perseguido por Carla Zambelli quer denunciá-la por quatro crimes;
Advogados ainda querem saber a origem de um disparo feito durante a perseguição;
Petição foi apresentada a Gilmar Mendes, ministro do STF que já pediu a arma de Zambelli.
Um jornalista que foi perseguido na rua pela deputada federal reeleita Carla Zambelli (PL-SP) vai processá-la nas esferas cível e criminal. O episódio ocorreu às vésperas do segundo turno das eleições de 2022, em São Paulo.
Na ocasião, a parlamentar foi filmada correndo pelo bairro dos Jardins, com uma arma em punho. Posteriormente, ela disse ter reagido após ter sofrido agressão física e verbal.
Em petição apresentada ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), os advogados do jornalista Luan Araújo manifestam interesse em responsabilizar Zambelli pelos crimes de ameaça, racismo, risco à vida e constrangimento com uso de arma de fogo. As informações foram obtidas pelo jornal O Globo.
Nesta terça (20), Gilmar Mendes determinou a suspensão do porte de armas de Zambelli e deu prazo de 48h para que a deputada cedesse voluntariamente a pistola e a munição com as quais perseguiu um homem em outubro.
Em resposta, a deputada federal afirmou que é “impossível cumprir” a determinação.
“Impossível cumprir determinação para devolver minha arma em 48 horas. Estou em missão oficial fora do país e só retorno no dia 23 (sexta-feira). Portanto, nem que quisesse eu conseguiria”, declarou.
A equipe jurídica de Luan Araújo também quer acesso às imagens de monitoramento dos prédios próximos ao ocorrido para averiguar a origem de um disparo ouvido na confusão.
Na ocasião, um dos seguranças da deputada foi preso por conta do disparo, mas acabou liberado na sequência após pagar fiança.
O documento é do final de novembro, quando a parlamentar já havia prestado depoimento sobre o caso na Procuradoria Geral da República (PGR). Nesta semana, Gilmar Mendes solicitou que Zambelli entregasse a arma e munições para a Polícia Federal. À pedido da PGR, o porte de arma dela foi suspenso.
Perseguição
Na véspera do segundo turno, Luan Araújo saía de um chá de bebê quando ouviu a deputada dizer “amanhã é Tarcísio”, em referência à eleição de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ela e o candidato são aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL). Já o jornalista é apoiador do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Araújo contou ao jornal O Globo ter xingado a parlamentar, e que, nesse momento, a equipe que a acompanhava começou a filmá-lo. Em vídeos divulgados nas redes sociais, vê-se Zambelli, acompanhada por dois seguranças, correndo atrás de Luan com uma pistola em mãos.
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