A Itália voltou a sofrer a pressão dos mercados, perante os receios de que o país, a par da Espanha, seja obrigado a pedir um resgate.
Os juros da dívida italiana subiram ontem na generalidade dos prazos no mercado secundário. A “yield” a dez anos bateu mesmo um novo recorde nos 6,263 por cento.
Olhando para as “yields” espanholas, o cenário é também de subidas. A taxa das obrigações a dez anos avança até aos 6,607 por cento.
Espanha e Itália estão a sofrer a pressão dos mercados, com os economistas a temerem que a crise da dívida soberana se torne uma profecia realizável, mesmo depois da Comissão Europeia ter tentado ontem, sem sucesso, acalmar os investidores, dizendo que não está a ser preparado qualquer plano de resgate para os dois países.
Mas os dados do mercado indiciam que as medidas tomadas pela Europa na última cimeira não foram suficientes para estancar a crise. Salvar os dois países tem um custo de 788 mil milhões de euros, segundo as estimativas do Deutsche Bank.
“Os mercados de obrigações estão em modo de profecia realizável. Já não estamos a lidar com respostas a um determinado evento, mas sim com uma crise muito mais alargada na zona euro”, referiu o estratega de dívida do Royal Bank of Scotland, Biagio Lapolla, ao “Jornal Económico” português.
Os receios do contágio da crise da dívida da Espanha e Itália estão também a penalizar os juros de Portugal. A “yield” a dez anos sobe até aos 11,192 por cento. Isto no dia em que Portugal regressou ao mercado.
Fonte: Jornal de Angola
