A secção municipal de fiscalização do Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF), no município da Quibala, no Kwanza-Sul, está desprovida de pessoal e equipamentos para travar a progressão dos caçadores furtivos, exploradores artesanais de madeira e de carvão, denunciou, neste sábado, ao Jornal de Angola o seu responsável.
Domingos Manuel João esclareceu que as infracções ocorrem, com maior incidência, nas comunas de Cariango e Lonhe, onde se regista a caça maciça de animais, dizimando espécies como a cabra do mato, veados e lebres.
A procura do lucro fácil e o índice de pobreza são factores que concorrem para a prática do fenómeno em que a sua contenção tarda a acontecer, devido à falta de fiscais, de meios de transporte e equipamentos para a fiscalização, referiu o responsável da instituição.
Muitos cidadãos, disse Domingos João, não acatam os regulamentos que obrigam a licenciarem-se para fins de exploração de recursos florestais, tendo anunciado que a nível do município estão a exercer a actividade de forma legal apenas seis concessionários.
“Nós anunciámos as modalidades de legalização do exercício da exploração de madeira e queima de carvão, mas muitos preferem fazê-lo de forma anárquica, até em locais críticos. Até agora estão licenciados seis concessionários”, disse. Para controlar o espaço territorial, a IDF necessita de mais 12 fiscais. Outra preocupação apontada por Domingos João tem a ver com a invasão de caçadores e exploradores de carvão provenientes das vizinhas províncias do Huambo e do Bié, que encontram no território do Kwanza-Sul facilidades, devido à pouca acção de fiscalização, bem como as queimadas anárquicas nas áreas rurais, principalmente nesta época de cacimbo, para fins de caça dos animais.
Acrescentou que outro factor que concorre para o derrube de árvores tem a ver com a abertura de lavras pelos camponeses e agricultores, para exercer a agricultura de subsistência e empresarial. O chefe de secção do IDF da Quibala propõe a criação de espaços protegidos para defender o equilíbrio ecológico na região, na perspectiva de se evitarem efeitos da degradação ambiental na região.
“As pessoas sentem necessidade de abrir espaços para a prática de agricultura, como fonte de subsistência e geração de rendimentos, mas a defesa do ambiente não deve ser posta em causa. Por isso, temos de criar espaços protegidos a fim de mitigarmos os impactos negativos sobre o ambiente”, defendeu.
Fonte: Jornal de Angola