A direcção provincial do Huambo do Instituto Nacional da Criança (INAC) recolheu das ruas daquela cidade, no primeiro semestre deste ano, 27 crianças, disse, ontem, a directora daquele organismo.
Júlia Katinda, que fez a revelação ao apresentar o balanço das actividades do INAC, afirmou que as crianças estão em centros de acolhimento, mas que “boa parte acaba por fugir devido a perturbações de que foram alvo na rua”.
A sociedade civil, como as igrejas, os meios de comunicação social e os professores, entre outros, referiu, devem continuar a colaborar na redução dos males que afligem as crianças desfavorecidas que estão nas ruas e a tentar acabar com este drama.
A direcção provincial do Instituto Nacional da Criança, prometeu, vai continuar a combater todos aqueles que procuram fazer do trabalho e da exploração de menores uma forma de ganhar a vida.
A criança, recordou, não é um instrumento de trabalho, razão pela qual o adulto deve saber como educar e ministrar trabalhos consoante a sua idade.
Muitas crianças que aparecem a deambular pelas artérias da cidade, a realizarem a venda ambulante e a lavarem de viaturas, afirmou, fogem da casa dos pais devido aos maus-tratos e à falta de condições de vida e noutros casos por os encarregados de educação se servirem delas para adquirirem mantimentos para o sustento da família.
Para combater tais situações, referiu, a direcção do INAC no Huambo traçou metas que mereçam a atenção dos familiares e da sociedade e salvaguardem os interesses das crianças e o futuro da nação.
Estratégias de combate
“O grande desafio do INAC é trabalhar para, em parceria com Organizações Não-Governamentais, igrejas e a comunidade, para podermos levar as crianças que se encontram na rua para os centros de acolhimento”, declarou.
“A maioria dos menores encontrados nas ruas é órfã e vive com tios, enquanto outros seguem amigos de rua e chegam ao ponto de ganharem o hábito de consumirem álcool e outras drogas”, alertou.
Estas situações, disse, associadas ao perigo de tráficos de menores, constituem os principais problemas do INAC e da sociedade, no seu todo.
Júlia Katinda lembrou que as causas que levam as crianças a trabalharem estão muitas vezes na própria família, que explora as habilidades infantis e as empurra, em prejuízo da escola e da brincadeira.
A directora do INAC disse que a avaliação feita a nível da província do Huambo leva a concluir que o mercado informal de trabalho é dominado por crianças e mulheres.
Fonte: Jornal de Angola