Um em cada três adultos com idades acima de 65 anos, em Inglaterra, tem dificuldade em compreender informação básica relacionada com a saúde, revela um estudo da University College London.
Por isso, têm mais do dobro das probabilidades de morrer, em cinco anos, do que os adultos que não têm problemas de literacia. O departamento de epidemiologia e saúde pública da University College London inquiriu cerca de oito mil adultos sobre a sua compreensão das instruções que vêm junto com a aspirina e concluiu que, entre os idosos com pouca literacia, não só têm dificuldade de ler como de compreender a informação.
Entre os inquiridos, 67,5% era literado e a sua saúde estava bem: 20% foram classificados com média; e 12,5% tinham poucos conhecimentos sobre saúde. No estudo, quase metade dos adultos com idade acima de 80 não respondeu correctamente a todas questões, em comparação com um quarto dos adultos com 60 anos ou menos.
Os participantes do estudo foram acompanhos durante cinco anos, depois de terem sido inquiridos e terem feito o teste. Durante esse período: 6,1% (321) morreu, entre os que estavam na categoria mais alta de literacia; na seguinte foi de 9% e 16% para a categoria mais baixa.
Os investigadores verificaram ainda que entre os mais iletrados houve uma prevalência maior de sintomas depressivos, limitações físicas e doenças crónicas, como as cardíacas, diabetes, acidente vascular cerebral e asma.
Katherine Murphy, presidente-executiva da Associação de Doentes britânica, declarou à BBC estar preocupada com estes resultados e questiona se os doentes estarão a tomar decisões informadas quando não compreendem a informação que lhes é dada. “Os doentes devem estar mais envolvidos no desenvolvimento de folhetos de informação, desde o início, para ter a certeza de que têm informações claras.”
Fonte: OPUBLICO