O ex-presidente egípcio Hosni Mubarak e os seus filhos Alaa e Gamal, acusados de envolvimento na morte de manifestantes e de corrupção, declararam-se inocentes no Tribunal Penal do Cairo, que começou a julgá-los ontem. “Nego completamente todas as acusações”, declarou Hosni Mubarak.
Os dois filhos do ex-presidente, Gamal e Alaa, também rejeitaram as acusações.
No início do julgamento, o juiz Ahmed Refaat pediu silêncio: “Precisamos que as pessoas mantenham a ordem e permaneçam sentadas para que a justiça tome o seu rumo”. Seis meses depois da revolta popular no Egipto, o ex-presidente do país Hosni Mubarak compareceu ontem em Tribunal numa maca, deitado dentro de uma jaula de ferro geralmente usada em julgamentos criminais no Egipto, para assistir ao início do seu julgamento.
Foi a primeira aparição pública desde que o antigo presidente abandonou o poder, no dia 11 de Fevereiro. Além do ex-presidente, o antigo ministro do Interior, Habib al-Adly, e seis altos responsáveis da polícia são acusados de ter ordenado a morte de 850 manifestantes no decurso da revolta que levou à queda do regime. Se condenados, podem enfrentar a pena de morte. A audiência decorreu numa academia da polícia, na periferia do Cairo. Fora do julgamento, um importante dispositivo policial foi mobilizado para garantir a segurança, mas manifestantes contra e a favor de Mubarak entraram em confronto diante do tribunal. A presença de Mubarak em Tribunal era uma das principais exigências dos militantes que regressaram às ruas nas últimas três semanas para exigir mais celeridade nos julgamentos dos antigos responsáveis do regime.
Hosni Mubarak é o primeiro chefe de Estado árabe a comparecer em Tribunal desde o início da vaga de contestação que sacudiu a região. As acusações contra Hosny Mubarak são: conspirar para matar manifestantes (15 anos ou pena de morte) e abuso de poder para acumular riqueza (cinco a 15 anos). Contra os seus filhos, Alaa e Gamal Mubarak: abuso de poder para acumular riqueza (cinco a 15 anos).
O ex-ministro do Interior Habib al-Adly e seis assessores são acusados de conspirar para matar manifestantes e o empresário Hussein Salem é julgado à revelia por corrupção (cinco a 15 anos). Cerca de 600 pessoas compareceram ao julgamento do antigo presidente egípcio.
Fonte: Jornal de Angola