Os socialistas fazem festa na sede do Partido Socialista, em Paris, nesta noite de domingo. Como era esperado, François Hollande, ex-primeiro-secretário do PS, foi o vencedor do segundo turno das primárias para escolha do representante do partido nas próximas eleições presidenciais.
Hollande conquistou mais de 56% dos quase três milhões de votos. Em discurso de agradecimento, ele declarou que deseja “trazer de volta o encanto ao sonho francês” e lembrou que pretende oferecer aos jovens “uma vida melhor” que a de sua própria geração.
Martine Aubry reconheceu a derrota diante dos resultados parciais e saudou calorosamente a vitória de Hollande. “Ele é o nosso candidato às eleições presidenciais de 2012”, declarou a primeira secretária do PS. Os outros candidatos derrotados no primeiro turno – Ségolène Royal, Arnaud Montebourg, Manuel Valls, e Jean-Michel Baylet – também foram saudar Hollande na sede do partido.
Como previsto, a participação dos eleitores foi grande no segundo turno, quase três milhões de votos. É um fato importante, levando-se em conta que o pleito foi aberto, ou seja, não era preciso ser partidário, bastava estar apto a votar e contribuir com um euro para as despesas. Mais de dois milhões de eleitores participaram do primeiro turno, há uma semana.
Nos últimos dias, os candidatos trocaram farpas no debate televisivo e em entrevistas. Aubry chegou a acusar seu adversário de ser o “candidato do sistema”. Apesar dos ataques, Hollande parece ter levado vantagem ao conseguir o apoio de todos os candidatos derrotados no primeiro turno. Primeiro colocado no domingo passado com 39,2% dos votos, Hollande pretende representar uma esquerda comprometida com o rigor econômico. Já Martine Aubry apresentou-se como uma socialista de linha mais à esquerda e mais tradicional. No primeiro turno, ela recebeu 30,4% dos votos.
Com seu discurso contra a globalização, Arnaud Montebourg obteve 17% dos votos no primeiro turno e virou o fiel da balança das primárias. Depois de fazer certo suspense e ameaçar não apoiar ninguém, Montebourg declarou apoio a Hollande « em caráter pessoal », mas deixou seus eleitores livres para escolher.
Cintia Cardoso / Patrícia Moribe
Fonte: RFI
Foto: Reuters