Embora a maioria dos portadores de hepatite não saiba que tem a doença, eles são capazes de transmiti-la as outras pessoas sem saber e a qualquer momento da vida a patologia pode desenvolver-se e matá-los ou incapacitá-los, advertiu a agência da ONU.
“Essa é uma doença crónica que afecta o mundo inteiro, mas infelizmente há uma consciência muito baixa sobre ela, mesmo entre os responsáveis pelas políticas de saúde”, disse o especialista em hepatite da OMS, Steven Wiersma, numa entrevista colectiva.
A conferência marcou o primeiro Dia Mundial contra a Hepatite, proposto pela ONU, para aumentar a consciência sobre a doença viral, amplamente disseminada por água e alimentos contaminados, sangue, sémen e outro fluidos corporais.
Steven Wiersma disse que a doença, que tem cinco vírus principais, produziu um “peso surpreendente” sobre os sistemas de saúde no mundo e tem o potencial de causar epidemias e é a principal causa de cirrose e cancro do fígado.
“Dos cinco vírus (A, B, C, D e E), o B é o mais comum e pode ser transmitido pelas mães aos filhos no parto ou na primeira infância. É transmitido também por injecções contaminadas ou pelo uso de droga injectável”, diz um novo documento da OMS.
De acordo com a OMS, o vírus E, transmitido pela água ou por alimentos infectados, é uma causa comum de surtos da doença nos países em desenvolvimento e é registado cada vez mais em economias desenvolvidas.
A OMS diz que vacinas eficazes foram desenvolvidas para combater os vírus A e B e também poderão ser usadas contra o D. A vacina contra a hepatite E foi desenvolvida, mas ainda não está amplamente disponível e não há uma vacina eficaz contra o vírus C.
As campanhas de vacinação tiveram um sucesso considerável em vários países. Cerca de 180 dos 193 Estados membros da OMS incluem agora a vacina contra a hepatite B nos programas de imunização infantil, informou a agência.
A OMS declara que são necessárias mais acções para prevenir ou controlar a doença. “É vital garantir às pessoas já infectadas o direito de testar para a doença e receber assistência e tratamento de qualidade sem demora”, refere.
Fonte: Jornal de Angola