Os militares que tomaram o poder na Guiné-Bissau no passado dia 12 anunciaram hoje a criação de um “fórum de concertação” para tentar encontrar soluções para a crise e para o qual convidam partidos, igrejas e pessoas singulares.
Em comunicado, a que agência Lusa teve acesso, o Estado-Maior General das Forças Armadas diz ter criado um fórum de concertação “que funciona 24 horas, todos os dias” para o qual convida partidos com assento e sem assento no Parlamento, todas as confissões religiosas, sociedade civil e pessoas singulares “para uma análise e confrontação de ideias suscetíveis de conduzir o país a uma rápida saída da presente crise”.
No mesmo comunicado, o Estado-Maior das Forças Armadas avisa que são proibidas quaisquer manifestações de rua, seja a favor ou de condenação ao golpe de Estado, alegando que essas iniciativas poderão dificultar a procura de soluções para retomar a normalidade no país.
Partidos e movimentos de cidadãos que condenam o golpe de Estado militar estavam a anunciar para hoje a realização de manifestações de repúdio pelas ruas de Bissau.
Num outro comunicado, assinado pelo gabinete de imprensa do Estado-Maior das Forças Armadas, o Comando Militar informa estar em conversações com uma equipa técnica da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) para a busca de uma solução para a crise através da “via do diálogo e da paz” e convida os jornalistas a assistirem a esse encontro.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros europeus, reunidos hoje no Luxemburgo, advertiram que a União Europeia está “pronta” a aplicar sanções contra os responsáveis pela instabilidade na Guiné-Bissau, reiterando que não reconhecem o autoproclamado “conselho de transição”.
No sábado passado, numa declaração divulgada em Nova Iorque, o Conselho de Segurança das Nações Unidas ameaçou adotar sanções contra a Guiné-Bissau e admitiu apoio ao envio de uma força para o país, o que o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Portas, classificou como uma “posição muito clara” e “um sério aviso aos que insistem na violência na Guiné-Bissau”.
FONTE: Lusa