O chefe da diplomacia do Togo, Robert Dussey, que liderou uma missão da comunidade da África Ocidental (CEDEAO) em Bissau, admitiu quinta-feira a possibilidade de a organização sancionar políticos guineenses que estejam a dificultar consensos no país.
Esta possibilidade foi transmitida num comunicado final de mais uma missão de mediação que a Comunidade Económica de Estados da África Ocidental tentou, entre quarta e quinta-feira, junto de líderes políticos guineenses, visando acabar com a crise que afecta o país há cerca de três anos.
Robert Dussey, que liderou a missão integrada pelo secretário-geral da presidência da Guiné-Conakry, Nabi Bangoura, disse ter constatado que, findo o prazo de 30 dias que a CEDEAO havia concedido “às autoridades da Guiné-Bissau”, desde a cimeira da organização realizada em Dezembro, na Nigéria, não se registaram progressos no cenário político do país lusófono.
A CEDEAO deu 30 dias aos líderes guineenses para que cumpram com o Acordo de Conakry, um instrumento elaborado pela organização, com o qual se pretende, entre outros, alcançar o consenso na nomeação do primeiro-ministro.
Por não terem sido alcançados progressos na aplicação do Acordo de Conakry, Robert Dussey afirmou que o bloco sub-regional vai iniciar “os procedimentos adequados para aplicação de sanções contra todos as pessoas que impedem a efectiva implementação do Acordo de Conakry”.
Uma fonte da organização sub-regional disse à Lusa que os termos e os nomes das individualidades ou entidades a serem sancionadas serão analisados na reunião extraordinária da organização que terá lugar antes do final do mês ou em Lomé (Togo) ou em Addis Abeba (Etiópia)
O chefe da diplomacia togolesa, que esteve em Bissau mandato pelo líder do seu país, Faure Gnassimbé, presidente em exercício da CEDEAO, enalteceu que a organização reitera o seu apoio ao povo da Guiné-Bissau ao mesmo tempo que insta os atores políticos a privilegiarem o diálogo para a resolução da crise. (Angop)