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    Grupo shebab sofreu baixas

    O presidente da Somália, Sharif Sheik Ahmed, e o primeiro-ministro, Abdiweli Mohamed Ali, confirmaram ontem ter derrotado os radicais islâmicos “shebab” da Al-Shabab, ligados à Al-Qaeda, tendo-os obrigado a retirar-se da capital, Mogadíscio.
    “É o início da paz e da estabilidade na Somália”, sublinhou o chefe de Estado somali, considerando que a retirada das forças rebeldes da capital do país é “uma vitória nacional e de África”.
    O anúncio do presidente e do primeiro-ministro ocorreu algumas horas depois de o porta-voz dos “shebab” ter informado que os seus efectivos deixaram a frente de Mogadíscio, embora assegurando que isso faz parte de uma “mudança na estratégia de guerra”.
    Por sua vez, o chefe de Estado garantiu, em conferência de imprensa no Palácio Presidencial, que as Forças Armadas da Somália derrotaram “finalmente” os “shebab” e a Al-Qaeda, e que “a sua retirada de Mogadíscio é um grande acontecimento para o povo somali”.
    “Os rebeldes cometeram todo o tipo de acções terroristas: mataram gente inocente, provocaram deslocações em massa e impediram a chegada de ajuda humanitária. Por isso, continuaremos a persegui-los até que saiam da Somália por completo”, afirmou o presidente Sharif Sheik Ahmed.
    O presidente exortou a população para que não regresse às zonas antes controladas pelos “shebab” até que os militare especialistas em segurança do governo as passem em revista e comprovem que não existem explosivos.
    Um soldado governamental enviado no mesmo dia ao distrito de Yaqshid, citado pela agência espanhola Efe, indicou que as tropas do governo estão a avançar lentamente e que estão a analisar todo o território abandonado pelos “shebab”.

    “Suspeitamos que o grupo deixou explosivos que detonarão quando aqui estivermos, pelo que estamos a movimentar-nos com muito cuidado”, disse o militar.
    Na sexta-feira à noite, os “shebab” retiraram da capital os seus combatentes dos distritos de Yaqshid, Hawlwada, Karan, Huriwa e Daynile, embora garantindo que continuarão a lutar contra os efectivos da Missão da União Africana na Somália (AMISOM).
    As zonas de Mogadíscio que eram controladas pela Al-Shabab ficaram completamente destruídas após dois anos de contínuos confrontos entre os islamitas e as forças do governo de transição, apoiadas pela missão de paz da União Africana. O porta-voz dos “shebab”, Ali Mohamed Rage, disse à rádio Al-Andalus, propriedade dos rebeldes, que se retirou de Mogadíscio para evitar que os bombardeamentos da AMISOM causassem mais mortes.
    “Depois de um mês de longas reuniões e debates, decidimos mudar de táctica de guerra e retirar-nos por completo de Mogadíscio, mas ainda estamos noutras zonas da Somália”, declarou o rebelde Ali Mohamed Rage.
    Desde 2006, quando as forças etíopes conseguiram restaurar a ordem em Mogadíscio, depois de forçar a retirada da União dos Tribunais Islâmicos, a capital tem sido palco de constantes combates.
    “As pessoas estão felizes, estão nas ruas, sentem-se livres, porque o facto de não haver confrontos em Mogadíscio significa que há paz na Somália”, disse Abdulkader Mohamed Osman, analista político que visitou as zonas de que a Al-Shabab se retirou.
    “No entanto, os combatentes “shebab” deixaram uma cidade fantasma e, por isso, devem ser detidos e responder perante a Justiça”, defendeu.
    A Somália vive em permanente guerra civil e sem um governo central efectivo desde 1991, altura em que foi derrubado o ditador Mohamed Siad Barre, o que deixou o país nas mãos de chefes tribais e “senhores da guerra”, milícias islâmicas e até bandos de delinquentes armados que tentam dividir o país e proclamar um governo.

    Fonte: Jornal de Angola

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