Os trabalhadores da empresa de Transportes Colectivos Urbanos de Luanda (TCUL) vão, a partir da próxima semana, e por tempo indeterminado, observar uma greve para exigirem os cumprimentos dos acordos com a entidade patronal, disse ao NJOnline o Coordenador da Comissão Sindical dos Trabalhadores.
Octávio Francisco justificou que a declaração da greve, agora anunciada, é para exigir a implementação, entre outros, do sistema de diuturnidades, em dívida há 33 meses, seguro obrigatório contra acidentes e doenças profissionais, e do subsídio de alimentação ou a reabertura do refeitório da empresa.
O não pagamento dos impostos à segurança social, que impossibilita muitos trabalhadores de obterem a sua reforma há mais de seis anos ou o pagamento dos salários a tempo e horas estão também entre as exigências.
Segundo Octávio Francisco, na última assembleia, realizada no mês Abril, a direcção da TCUL e o colectivo de trabalhadores efectuaram uma negociação onde ficou acordado que serias regularizadas as questões em falta.
“Seis meses passados, a direcção da TCUL não honrou o compromisso em nenhum desses pontos”, salientou.
O coordenador da Comissão Sindical dos Trabalhadores, disse ainda que neste momento os funcionários da TCUL estão tecnicamente há dois meses sem salários.
“Tivemos um encontro com a direcção da empresa, na passada terça-feira, onde fomos informados que não há condições para pagarem a diuturnidade devida dos 33 meses, e que também não há condições para implementarem o qualificador profissional e o pagamento dos salários”, disse, acrescentando que” isso deu aos trabalhadores toda a legitimidade para agir de acordo a lei e partirmos para greve”.
Sobre o assunto, o NjOnline contactou o presidente do Conselho de Administração da TCUL, Abel Cosme, que não aceitou falar sobre o assunto por falta de disponibilidade.
De recordar que cerca de 2000 funcionários da TCUL realizaram, em 2015, uma greve geral de quase dois meses, onde reclamavam nove meses de salários em atraso e outras reivindicações, situação que só veio a ser resolvida em 2016 e de forma faseada.
Em Julho último, Abel Cosme disse à imprensa que a TCUL necessitava, numa primeira fase, de seis mil milhões de kwanzas, para continuar a suportar os custos operacionais.
O PCA esclareceu, na ocasião, que apesar do aumento de 1,2 milhões para quatro milhões de kwanzas, a receita arrecadada ainda não é suficiente para satisfazer as necessidades dos trabalhadores, uma vez que 70 por cento da receita é aplicada na aquisição de combustíveis.
“Se deixarmos de comprar combustíveis, ficamos impossibilitados de os autocarros circularem e se não circulam, deixamos de arrecadar receita”, explicou. (Novo Jornal Online)