O governo do Sudão do Sul e os rebeldes dirigidos pelo ex-vice-presidente Riek Machar assinaram nesta quinta-feira um acordo de cessar-fogo que deve ser aplicado dentro de 24 horas, comprovou uma jornalista da AFP.
O acordo, destinado a por fim a mais de um mês de combates violentos no Sudão do Sul, foi assinado diante de diplomatas estrangeiros e jornalistas na capital etíope, Adis Abeba.
Os Estados Unidos de imediato saudaram a assinatura do cessar-fogo.
O anúncio do acordo foi feito mais cedo em um comunicado a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD), que faz a mediação entre partes envolvidas no conflito sul-sudanês que devasta o jovem país desde meados de Dezembro.
As delegações do governo sul-sudanês e partidários do ex-vice-presidente Riek Machar negociam desde o início de Janeiro na capital etíope, sob a égide deste bloco de sete países do Leste Africano.
Dois projectos de acordo – um sobre a cessação das hostilidades e outro sobre a libertação de presos partidários de Machar – foram submetidos a eles em meados de Janeiro.
Uma versão final do primeiro texto, consultado pela AFP, fazia referência “ao cessar imediato das hostilidades e ao congelamento das posições, enquanto que uma versão ainda provisória mencionava uma colocação em andamento de um processo de reconciliação nacional aberto a todos”.
Este conflito começou em meados de Dezembro pela rivalidade entre o presidente Salva Kiir e seu ex-vice-presidente e agora líder dos rebeldes, e já causou a morte de milhares de pessoas, assim como meio milhão de refugiados.
O presidente Kiir acusa Machar e seus aliados de tentativa de golpe de Estado, o que eles rejeitam.
Os combates são acompanhados, além disso, de massacres étnicos entre os Dinka de Kiir e os Nuer de Machar. (afp.com)