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    Governador está preocupado com a devastação das florestas

    O governador provincial do Kwanza-Norte, Henrique André Júnior, exortou sexta-feira em Ndalatando os membros do seu governo e parceiros sociais a definirem medidas para combater os níveis de incêndios e queimadas que nos últimos tempos devastam as florestas da região, colocando em risco plantas e animais.
    Num encontro com os membros do conselho provincial de auscultação e concertação social, em que participaram mais de 150 individualidades, Henrique Júnior caracterizou a situação como “alarmante”, pelo facto de em todos os municípios virem relatos de grandes proporções de queimadas e incêndios.«A situação, disse o governador, deve merecer a atenção e contribuição de todos, devido ao seu impacto no equilíbrio do ecossistema da província.
    Já o director da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, Fernando Humberto Mesquita, referiu que o fenómeno é maioritariamente observado durante a época de Cacimbo, devido à prática da agricultura itinerante.
    “A situação torna-se mais preocupante pelo facto de as queimadas serem efectuadas em grandes dimensões, sem qualquer forma de controlo, o que pode, futuramente, contribuir para o aparecimento de clareiras vegetais no meio das florestas, pondo em risco a fertilidade dos solos”, acrescentou Fernando Mesquita.Revelou que a continuarem com a mesma intensidade, as queimadas podem, igualmente, contribuir para a desertificação, pondo em risco a sobrevivência dos seres vivos e a existência de locais para a prática da agricultura.
    Segundo Fernando Mesquita, o surgimento de animais selvagens junto de aldeias e povoados é já o resultado do fogo “que atrapalha a convivência normal dos mesmos, escasseando os rebentos vegetais que lhes servem de alimento, situação que os leva a procurar pastagens junto das comunidades”.
    O director Fernando Mesquita defendeu, por isso, a realização periódica de seminários, palestras e debates abrangentes orientados por especialistas do Ministério da Agricultura, envolvendo habitantes das comunidades rurais e urbanas, entidades tradicionais e religiosas, “para que cada um destes seja mensageiro em relação ao impacto das más práticas contra o ambiente”.
    As melhores práticas para aquisição e confecção de alimentos e angariação de combustíveis vegetais para o aquecimento foram, também, recomendadas pelo director da agricultura ao referir-se sobre as florestas e a “intimidade cultural” destas com a comunidade.

    Fonte: Jornal de Angola

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