Os golpistas do Mali ignoraram as sanções impostas pela União Africana (UA) contra os membros da Junta Militar, as primeiras desde o derrube do presidente do país, Amadou Touré, a 22 deste mês, ao responderem que o mais importante nessa altura é “oncentrar os esforços no combate aos rebeldes tuaregues que ameaçam a integridade do Estado”.
O capitão Amadou Haya Sanogo, que comanda a Junta Militar, disse que a situação no país foi imposta para “se fazer frente à rebelião, uma vez que o presidente deposto revelou incompetência para dar a devida resposta aos rebeldes tuaregues”.
A situação no Mali é complicada, principalmente no norte, onde os militares são incapazes de parar a ofensiva dos tuaregues, que tomaram cidades importantes. As sanções impostas aos golpistas pela União Africana é extensiva aos rebeldes, mas estes não emitiram qualquer opinião.
A comissão da UA vai criar uma lista de pessoas, em cooperação com a Comunidade Económica dos Estados da África do Oeste (CEDEAO) que decidiu um embargo total contra o Mali, precisou o comissário da UA encarregado da Paz e da Segurança, Ramtane Lamamra, em Addis Abeba.
Lamamra assegurou igualmente que o presidente deposto do Mali, Amadou Touré, está em contacto com vários governos e afirmou que “está livre e em segurança”.
Foram realizadas negociações em Abuja, capital da Nigéria, entre uma delegação da Junta Militar, totalmente isolada, e as autoridades nigerianas para encontrar uma “saída honrosa” para os golpistas com vista a retirarem-se em troca de uma amnistia. Os chefes do estado-maior da CEDEAO, encarregados de preparar uma força militar regional para fazer face à crise no Mali, deve reunir-se hoje em Abidjan.
No terreno, os rebeldes armados pareciam controlar totalmente o norte do Mali, e alguns progrediam em direcção ao centro do país, no momento em que a Junta Militar, no poder desde 22 de Março, se encontra sob o embargo dos seus vizinhos da África do Oeste.
Fonte: JA
