
A Vidrul (Vidreira de Angola) vai vender cinco milhões de garrafas ao Madagáscar, no mês de Dezembro, com uma receita na ordem dos dois milhões de dólares, exportação que confirma o aumento da sua carteira de negócios em África, onde conta já com quatro compradores.
A informação foi prestada ao Jornal de Angola pelo director-geral, Carlos Martins, quando se referia à estratégia de internacionalização da empresa e às oportunidades de negócios que oferece o mercado no continente africano.
“Vamos exportar ainda este ano para o Madagáscar, numa primeira fase, cinco milhões de vasilhames, depois de já o termos feito para quatro países da África Ocidental”, afirmou, referindo que com as vendas já feitas no continente a empresa perspectiva fechar o ano com um total de 15 milhões de garrafas.
“O mercado interno, como é obvio, é a nossa principal prioridade”, sublinhou, depois de expressar desejo da empresa em paulatinamente ir consolidando a sua carteira de negócios em África, no quadro da estratégia de internacionalização da Vidrul, que já exporta para o Togo, Niger, Burkina Faso e Guiné-Bissau. Para o gestor, os resultados que a empresa tem vindo a obter em África obrigam a reflectir sobre a posição que a companhia pode ocupar dentro da indústria vidreira no sul de África. Carlos Martins mostra-se, contudo, preocupado com as taxas de importação, que considera altas e podem dificultar o plano da empresa de elevar o nível de exportação, na perspectiva do relançamento da indústria angolana preconizada por programas do Executivo. “Em qualquer país do mundo toda a exportação é apoiada e são isentadas algumas taxas. Em Angola ainda temos um custo bastante elevado ao exportar”, afirmou, defendendo um diálogo com o Executivo angolano no sentido de se analisar este problema.
Na óptica de Carlos Martins, a proposta da Associação Industrial de Angola para aumentar as taxas à importação é oportuna e importante, mas não é menos importante o Governo analisar também a questão das taxas de exportação. “Se baixarem as taxas, vamos poder concorrer ao mesmo nível que as empresas estrangeiras africanas, senão é desnecessário avançarmos para esses mercados”, notou. Justifica a sua posição pelo facto do custo produtivo nesses países ser baixo, situação que propicia condições para que tenham mais matérias-primas. Segundo ele, Angola é o quinto pais africano, depois da África do Sul, Egipto, Argélia e Nigéria, que produz mais vidro e o que detém as maiores máquinas.
A empresa está a atravessar uma fase boa do ponto de vista da sua capacidade de produção, por estar a funcionar com quatro linhas de produção, desde que foi instalado o segundo forno da fábrica, em 2009.Três das suas quatro linhas de produção estão viradas somente para atender o sector cervejeiro, tendo em conta a procura que se verifica neste segmento.
A Vidrul está a funcionar com a capacidade máxima dos dois fornos, o que permite gerar uma produção diária de 250 toneladas, afirmou, sublinhando que a produção actual passou de 800 mil garrafas dia, em 2010, para um milhão de vasilhames em 2011.
A maior parte da matéria-prima utilizada no fabrico de garrafas é de origem nacional. Apenas o asfalto de sódio, que constitui cerca de 12 por cento da composição do vidro, é proveniente do exterior do país, mais precisamente da Europa, o que confere solidez à empresa.
Assunção Manuel
Fonte: Jornal de angola
Fotografia: JA