Todos os anos, meio milhão de pessoas torna-se vítima da hepatite B. Trata-se da segunda causa de cancro em humanos, depois do tabaco.
O vírus atingiu as proporções de uma epidemia em várias partes do mundo e é já endémica em algumas áreas da China e da África Austral.
Tal como a SIDA, a hepatite B é transmitida através do sangue e de outros fluidos corporais, mas é cem vezes mais infeciosa do que o VIH. A hepatite B é uma doença que tem provado ser resistente à maior parte dos tratamentos, mas a equipa liderada pelo cientista francês Gilles Gosselin desenvolveu, em 2005, uma droga que é mais eficaz do que qualquer outra do género. Baseia-se numa molécula chamada Telbivudine, que está no mercado desde 2006. Não se trata de uma vacina para prevenir a hepatite B, mas de uma terapia usada quando o vírus já está ativo no paciente. A Telbivudine impede a doença de se espalhar através do corpo.
Antes de ter sido lançada no mercado, em 2006, esta molécula foi testada em animais e, depois, num estudo que envolveu 1 400 pacientes em 135 centros clínicos de todo o mundo. Os cientistas observaram que ao tomar esta molécula uma vez por dia, um portador crónico da hepatite B pode viver sem ter os sintomas da doença. A droga é tomada por via oral.
Gilles Gosselin, de 62 anos, vive em Montpellier. Há quarenta anos que se dedica à investigação científica no setor médico. Pela descoberta desta droga, está entre os nomeados para o Prémio Inventor Europeu, organizado pelo Instituto Europeu de Patentes, agendado para junho em Copenhaga.
Fonte: Euronews