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    FMI avisa que economia de São Tomé e Príncipe enfrenta “imensa pressão”

    O Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiu esta quarta-feira que a economia de São Tomé e Príncipe está “sob uma imensa pressão”, com uma “subida vertiginosa” da despesa e quebras da receita, propondo um programa de três anos no país.

    “O país está sob uma imensa pressão. De facto, aquilo que se constatou no ano passado é que a despesa subiu vertiginosamente enquanto a receita caiu bastante”, disse Xiangming Li, chefe da missão do FMI, que iniciou hoje negociações com o Governo são-tomense para alcançar um programa com duração de três anos, destinado a “ajudar a fazer crescer a economia e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos”.

    “Normalmente este tipo de programa tem uma duração de três anos, se conseguirmos estabelecer esse programa e lançá-lo este ano, à partida durará até 2022”, disse a responsável do FMI à imprensa, no final do primeiro encontro, hoje, com o ministro do Planeamento, Finanças e Economia Azul, Osvaldo Vaz.

    A chefe da missão do FMI foi convidada a deslocar-se a São Tomé pelo Governo de Jorge Bom Jesus, que se manifesta preocupado com a situação macroeconómica do país. Xiangming Li defendeu que para reverter o atual quadro e melhorar as condições, o Governo tem “uma tarefa muito árdua”, de “aumentar as receitas, garantir a promoção do setor privado de modo a que haja fundos para a saúde, educação, para todo o setor social”. A chefe referiu ainda que para aumentar a receita do país “é preciso aumentar a base tributária” e explicou que “até há pouco tempo, basicamente as receitas do país dependiam muito dos impostos sobre as importações”.

    “Ora caindo esses impostos, isso tem um impacto negativo muito grande na economia”, acrescentou, dando como exemplo que “em 2010-2011 a relação da receita com a despesa era de 16%, enquanto neste momento o rácio é de apenas 12%”.

    Entretanto, em comunicado distribuído esta quarta-feira, o Banco Central de São Tomé e Príncipe (BCSTP) disse ter observado “uma deterioração dos principais indicadores macroeconómicos, com destaque para a desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB), o aumento da inflação, o aumento do défice orçamental e o aumento do défice da balança comercial de bens”. “Quanto aos agregados monetários, registou-se uma contração do crédito à economia, embora se tivesse registado um aumento de liquidez na economia”, diz ainda o comunicado do BCSTP.

    O documento refere ainda que a expansão da taxa de juro “continua excessivamente alto”, devido às elevadas taxas de juro ativas aplicadas pelos bancos, o que “condiciona sobremaneira o nível de intermediação financeira, com repercussão negativa no investimento privado e no desempenho da atividade económica”. O Banco Central decidiu, por isso, manter inalterada a taxa de juro de referência em 9 por cento e não alterar a taxa de facilidade permanente de liquidez, fixada atualmente nos 11 por cento.

    O comunicado do Banco Central surge na sequência de uma reunião terça-feira do seu Comité de Política Monetária (CPM), que analisou “a conjuntura económica nacional e internacional”.

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