A realização este ano da segunda edição do Festival Nacional de Cultura (Fenacult), cuja primeira edição aconteceu em Setembro de 1989, traduz-se num dos grandes ganhos do sector da Cultura neste dez anos de paz em Angola.
O país está mobilizado para realizar o festival com êxito e envolver as diferentes modalidades artísticas, desde a música à dança, culminando nas artes plásticas e cénicas.
O Ministério da Cultura realizou em Cabinda um encontro que serviu para anunciar os métodos de realização da segunda edição do Festival Nacional de Cultura (Fenacult), que, 23 anos depois, decorre, de 9 a 30 de Junho, sob o signo da unidade, da paz e do desenvolvimento.
O novo formato do Fenacult inclui feiras do livro, exposições de artes plásticas, palcos de música popular e erudita, danças tradicionais, excursões, conferências, sessões de cinema e a retoma do “comboio da cultura” criado pelo então secretário de Estado da Cultura, António Jacinto. Também está previsto o lançamento da revista do Fenacult, cuja primeira edição inclui matérias sobre o primeiro festival, uma retrospectiva do período pós independência e uma homenagem ao músico Teta Lando.
Outro ganho dos dez anos de paz é, sem sombra de dúvida, o aumento do valor do Prémio Nacional de Cultura e Arte de 35 mil para 50 mil dólares, proposta submetida pela ministra Rosa Cruz e Silva ao Executivo.
A aprovação no ano passado pela Assembleia Nacional das propostas de Lei do Estatuto das Línguas Nacionais de Origem Africana e do Mecenato constitui outro grande ganho do sector da Cultura, nos últimos tempos.
A Lei do Estatuto das Línguas Nacionais de Origem Africana prevê valorizar e promover as línguas africanas, através de instrumento jurídico próprio e regular a situação linguística nacional. A proposta de Lei do Mecenato visa fomentar, valorizar e promover o desenvolvimento dos sectores sociais, culturais, desportivos, educacionais, juvenis, da saúde e da sociedade de informação. A proposta de lei acentua a responsabilidade social das empresas como manifestação de cidadania empresarial por parte dos agentes económicos, valores essenciais das sociedades modernas que têm nas sociedades de utilidade pública os seus fiéis parceiros.
No âmbito da formação artística e cultural, o Instituto Médio de Artes que está a ser erguido na zona da Camama, em Luanda, vai dar um novo impulso ao ensino das artes. Esse instituto além de contar com a colaboração de docentes estrangeiros, principalmente de nacionalidade cubana, vai contar com os préstimos de angolanos recém licenciados em Teatro e Dança, pelo Instituto Superior de Artes (ISA), em Havana, Cuba.
Ao longo dos dez anos de paz, muito foi feito no sector da Cultura, mas muito ainda há por se fazer.