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    Famílias novamente desalojadas recusam realojamento em zona longe de Luanda

    Depois de incêndio destruir as suas casas moradores dizem que as autoridades querem enviá-los para uma zona sem quaisquer condições de vida

    São mais de quinhentas famílias, antigas moradoras do bairro da Areia Branca, na Coreia em Luanda que em 2013 foram desalojadas e criaram mesmo ao lado o chamado bairro do Povoado em condições de extrema precariedade.

    Agora um incêndio semana passada queimou tudo que tinham e o governo de Luanda está a transferir estas famílias para um outro local mas o problema é que este local fica a mais de 60 Km e no meio do nada pelo que algumas pessoas recusam-se a ir para lá.

    O bairro do Povoado era habitado por 510 famílias antes do incêndio que consumiu a semana passada todos os casebres dos antigos moradores da zona balnear da Areia Branca.

    O governo começou a transferir famílias no fim de semana, para a localidade de Kaxicane, município do Icolo e Bengo a mais de 60Quilómetros do centro de Luanda.

    A Comissão Administrativa de Luanda levou no Sábado as primeiras vítimas do incêndio, para Kaxicane, 172 famílias que não aceitam as condições encontradas.

    “Como é que o governo tira as pessoas daqui do local sinistrado e leva praticamente na mata, ali em Kaxicane, no meio do nada”, disse Talita Miguel.

    “O ano lectivo está prestes a começar, não há escolas, os adultos vivem do mar, na sua maioria são pescadores ou vendedeiras de peixe etc, como é que as pessoas vão fazer para vir trabalhar? Depois dizem que querem acabar com a pobreza assim? Pelo contrário”, acrescentou.

    Talita Miguel coordenadora dos antigos moradores do Bairro da Areia Branca agora no Povoado diz que grande parte dos que foram levados estão a regressar e as mais de trezentas famílias que aguardam transferência recusam-se a ir para Kaxicane.

    “As famílias que ficaram não querem ir para Kaxicane porque não há condições, se as que foram levadas algumas preferiram regressar, algumas preferem permanecer aqui nos escombros” disse.

    Depois o governo vem dizer que as pessoas são oportunistas, recebem casas e vendem-nas e regressam ao local, é tudo mentira porque eles não deram casa a ninguém,” afirmou.

    André Augusto da SOS Habitat diz deplorar a postura do governo.
    “Não conseguimos compreender como é que o governo pega em famílias e vai deitá-las na mata em Kaxicane onde não há água, não há serviços nenhum, não há emprego, não há nada, como é que um governo sério faz isso?”, interrogou.

    Contactamos o governo da província de Luanda que prometeu esclarecer a situação do processo de realojamento do Povoado a qualquer momento.

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    FonteVoA

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