Os produtores nacionais de moda têm capacidade profissional, mas a gritante falta de material de costura no país é um obstáculo ao desenvolvimento do sector, afirmou ontem, em Luanda, a estilista Elizabeth Santos.
Questionada sobre a sua opinião relativamente à contratação de costureiros estrangeiros para vestir as representantes de Angola nos concursos Miss Universo e Miss Mundo, considerou que o critério é da responsabilidade do Comité Miss Angola, o que ainda assim não demonstra falta de capacidade dos estilistas angolanos. Para reforçar a sua opinião, lembrou que, nos últimos concursos de Miss Angola, foram estilistas locais que vestiram as concorrentes.
Elizabeth Santos, que há sete anos veste com trajes tradicionais as concorrentes, afirmou que a entrega da responsabilidade aos estilistas angolanos não está dependente da qualidade do trabalho que os profissionais apresentam. “É importante, sim, que a indústria têxtil seja reactivada para que possamos construir melhor e cada vez mais”, disse a conceituada estilista.
Karina Barbosa, promotora de eventos ligados à moda, referiu ao Jornal de Angola que a contratação de estilistas estrangeiros para vestir as angolanas nas competições internacionais resulta do facto de eles apresentarem trabalhos à altura das exigências dos comités que realizam os concursos Miss Mundo e Universo.
“São profissionais que estão habituados a vestir para este perfil de competição e, com base nisso, o Comité Miss Angola, ao pretender ver as suas representantes melhor apresentadas, recorre a tais serviços”, explicou.
A agente de moda acrescentou que, ainda assim, esse facto não demonstra falta de qualidade dos trabalhos dos profissionais angolanos e não retira mérito à qualidade que têm vindo a atingir nos últimos tempos.
Cristina da Silva
Fonte: Jornal de Angola
Fotografia: Jornal de Angola