Nos últimos anos, o desenvolvimento e a adopção de um modelo económico baseado na produção e consumo em grande escala no país deu origem a um aumento considerável da quantidade de lixo que fazemos. Em consequência, as áreas disponíveis para a deposição de resíduos sólidos tornaram-se insuficientes e os amontoados de detritos passaram a ser uma realidade nas ruas, aumentando a poluição do solo, das águas e do ar, com prejuízo para a saúde das populações. O director-geral do Aterro Sanitário dos Mulenvos garante que o Executivo está atento.
Em cada dia que passa, os luandenses produzem mais lixo, tanto em casa como fora dela. Um lixo que tem consequências para a saúde pública, mas podia gerar riqueza se fosse reciclado.
Até lá, tem como destino final o Aterro Sanitário de Luanda, um local que passa despercebido e que muitos supõem tratar-se apenas de uma “lixeira grande”. Projectado para trabalhar 23 anos, tem 200 hectares de terra, dos quais 15 já foram utilizados. O tempo de vida previsto por altura da sua criação, há cinco anos, foi calculado com base numa estimativa de deposição diária de 2.500 toneladas de lixo.
No entanto, com o decorrer do tempo de exploração, a quantidade de resíduos foi aumentando muito mais do que o previsto e ronda, actualmente, as 6.500 toneladas. Se esta tendência se mantiver, o tempo de vida útil do aterro corre o risco de ficar reduzido a 15 anos.
O director-geral do aterro, Jacinto Domingos, referiu ao Jornal de Angola que a recolha selectiva dos lixos, quando for posta em prática, vai permitir diminuir substancialmente a quantidade de resíduos inorgânicos que chega ao aterro e, desse modo, prolongar-lhe o tempo de vida. Além disso, considera indispensável a construção de outros aterros sanitários, uma vez que “este está apenas vocacionado para receber resíduos sólidos domésticos e não de outro tipo, como os perigosos e tóxicos”.
A título de exemplo, referiu que o pólo industrial de Angola, particularmente de Luanda, está a crescer e gera resíduos específicos que devem ter outro destino, facto que as entidades governamentais têm tido em consideração.
“Nós apenas fazemos a gestão do aterro, não definimos nada. Mas acreditamos que o Executivo, através do governo provincial de Luanda, tem em carteira uma estratégia sobre o assunto”, adiantou.
Fonte: JA