Luanda – Uma campanha em solidariedade para com as populações da Somália, que se encontram em situação difícil devido à seca e à guerra prolongada, foi lançada hoje, em Luanda, pelo Executivo angolano.
A campanha, que é coordenada pelo Ministério das Relações Exteriores (Mirex), irá decorrer durante 15 dias e tem como objectivo a recolha de bens e valores monetários.
Durante uma cerimónia que teve lugar no Mirex, a coordenação apresentou como locais para a entrega dos donativos a portaria da RNA, campo da TAAG, Feira Popular (Catetão), Armazéns da Polícia Nacional e o parque das Relações Exteriores, em Talatona, próximo ao Madiba.
Neste contexto, foram igualmente abertas contas bancárias com a designação de Doação Somália em bancos como o de Fomento de Angola (BFA), Poupança e Crédito (BPC), Nacional de Angola, de Negócios Internacional (BNI) e o Africano de Investimentos (BAI).
A coordenação refere ainda que as pessoas podem manifestar a sua solidariedade e apoio com bens alimentares, industriais e monetários.
Segundo o ministro das Relações Exteriores, Georges Chicoti, na última cimeira da SADC, que decorreu em Luanda, foi tomada a decisão de se providenciar assistência humanitária urgente às populações somalis afectadas pela fome, decorrente da seca prolongada e da guerra em que este país se encontra há já longos anos.
Frisou que Angola, que num passado recente também viveu uma crise humanitária grave, não poderia ficar indiferente a situação de fome e de sofrimento do povo da Somália.
Acrescentou que num gesto de solidariedade africana e dentro dos seus princípios de humanismo e de responsabilidade no contexto das Nações, o Chefe de Estado instruiu que fosse correspondido a este esforço e foi assim que Angola já disponibilizou uma ajuda de cinco milhões de dólares.
Disse que este valor foi repartido em três milhões para a aquisição de produtos vários, nomeadamente a aquisição de bens alimentares de primeira necessidade e industriais, tais como tendas e cobertores, e ainda dois milhões de dólares que foram transferidos directamente para a conta da União Africana.
Explicou que, no âmbito desta decisão do Executivo angolano, já foram realizados vários encontros de trabalho entre os departamentos ministeriais concernentes, nomeadamente o das Relações Exteriores, Defesa Nacional, Assistência e Reinserção Social e Finanças, para uma acção concertada e atempada da tramitação da referida doação.
Ainda na qualidade de coordenador do referido processo, por parte do Executivo angolano, teve a oportunidade de liderar uma missão que esteve recentemente na África do Sul e Botswana, para contactos com entidades destes dois países e do Secretariado da SADC para a consecução deste objectivo.
Realçou que, apesar de se privilegiarem os produtos nacionais, a maior parte destes serão adquiridos na África do Sul, país de onde serão transportados para a Somália.
A gravidade da situação humanitária que aflige as populações somalis ultrapassam a boa vontade e solidariedade dos estados, mesmo quando mobilizados a nível da União Africana.
O sentimento de fraternidade africana, associado ao pragmatismo, moldado no sofrimento de quem também já viveu momentos de fome, miséria e de doença leva a tomar outras iniciativas para a mobilização da assistência humanitária suplementar para as populações da Somália.
Por este facto, lançou um veemente apelo às entidades públicas e privadas, empresas nacionais e estrangeiras, organizações não governamentais, igrejas e sociedade civil em geral, no sentido de se juntarem a esta iniciativa de solidariedade com o povo da Somália.
Fonte: Angop
Foto: Angop