
O Executivo angolano mantém o compromisso de concretizar políticas para reduzir as consequências das mudanças climáticas e preservar o bem-estar das comunidades, disse ontem o ministro do Urbanismo e Construção, Fernando Fonseca.
Falando no acto que marcou o Dia Mundial do Habitat, assinalado ontem, disse que o Executivo assumiu o desafio de combater a desertificação, o arraste dos solos e os efeitos das ravinas.
O ministro considerou que as mudanças climáticas têm consequências nefastas que se manifestam particularmente sobre a população, pelo que se impõe a adopção de políticas para reduzir estes efeitos.
Fernando Fonseca defendeu o relançamento, a nível do país, do Programa de Repovoamento dos Polígonos Florestais, a conservação dos recursos hídricos e marinhos e um consciente tratamento dos resíduos sólidos.
O ministro do Urbanismo e construção acrescentou que o planeamento, o cadastro, a gestão adequada e a educação das pessoas devem tornar-se regra a nível das comunidades para que esta acção se transforme num acto nacional de defesa e preservação do ambiente.
A escolha da cidade de Ondjiva para albergar o acto nacional do Dia Mundial do Habitat resulta do facto de ter sido atingida, nos últimos anos, por cheias resultantes de chuvas intensas e que provocaram vários estragos, tendo forçado a deslocação provisória de pessoas para áreas mais seguras.
O Dia Mundial do Habitat é também comemorado com o objectivo de alertar o mundo para a responsabilidade colectiva pelo futuro do habitat humano. As Nações Unidas pretendem manter o desafio futuro sobre urbanismo e elevar a consciência da necessidade de uma melhor planificação urbana e incentivar as melhores práticas para os desafios do século XXI. A cerimónio decorreu sob o lema “Cidades e Mudanças Climáticas” e foi marcado pela realização de um seminário e o lançamento do livro “Perfil hidrográfico do rio Cuvelai”, produzido pela ONG Development Workshop.
Principais desafios
Em 2008, quando as comemorações se realizaram em Luanda, o Presidente da República lançou o desafio de erguer um milhão de fogos habitacionais até 2012, para reduzir a carência de famílias em todo o país, respondendo à subsecretária geral das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos, Anna Tibaijuka, que recomendou, na ocasião, ao Executivo que afectasse cerca de 30 por cento do seu orçamento anual para a construção de casas.
Em consequência do desafio assumido, o Executivo realizou a conferência nacional sobre habitação, que juntou representantes da sociedade civil, agentes imobiliários, empresas e cooperativas habitacionais para mobilizar vontades relativamente à melhor forma de participar activamente na resolução dos problemas da habitação.
Dados das Nações Unidas indicam que 59 por cento da população mundial vai habitar áreas urbanas até 2030, sendo que, a cada ano, mais 67 milhões de pessoas passam a viver em cidades. Nos países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento, as cidades sentem os efeitos das mudanças climáticas, a redução de recursos, a insegurança alimentar, o crescimento populacional e a instabilidade económica.
Com mais de metade dos habitantes do mundo a viver em áreas urbanas e com as expectativas de crescimento em dois terços dentro de uma geração, a “Agenda urbana” é assumida como uma prioridade para governos e autoridades locais em todo o mundo. Em Outubro de 2008, a directora do UN-Habitat, Anna Tibaijuka, visitou Angola para inteirar-se dos progressos na construção de habitações sociais, escolas, estradas e outras infra-estruturas em curso no país.
Fonte: Jornal de Angola
Fotografia: Angop