As agências de viagens e turismo temem o “desastre” de uma eventual compra da TAP por uma companhia aérea europeia e defendem que o turismo nacional ganha com a entrada de um parceiro extra-europeu no negócio da privatização.
“Sob o ponto de vista do negócio, para os parceiros do turismo seria trágica uma privatização (da TAP) que desvalorize Lisboa e desvie o hub (o centro de operações da TAP é em Lisboa) para outra parte da Europa, como Madrid”, afirmou à agência Lusa João Passos, o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo(APAVT).
A International Airlines Group (IAG), empresa que engloba a British Airways e a Iberia, já se mostrou interessada no negócio de privatização da companhia portuguesa e, mais recentemente, Lula da Silva revelou que o Brasil também está interessado em olhar para o negócio. João Passos salientou que a operação deve ser feita mantendo as características que a diferenciam de outras companhias, sobretudo no que respeita aos parceiros de turismo, lembrando que a companhia portuguesa é o maior exportador nacional. “Seria trágico para o turismo nacional se houvesse um desvio da rota de Lisboa, tornando-a numa linha regional”, advertiu, salientando que a TAP traz estrangeiros que representam centenas de milhões de euros para o país. Se vai ser possível, ou não, manter as características da TAP, não sei”, admitiu o presidente da APAVT, revelando a sua preferência por uma companhia ou aliança de companhias fora da Europa.
Fonte: Jornal de Angola
Foto: AFP
