O Comissário Europeu para os Mercados Financeiros, Michel Barnier, quer reforçar significativamente as regras aplicadas às agências de notação financeira, impedindo-as de avaliar o rating dos países que beneficiam de um plano de ajuda internacional.
Ainda na semana passada, a redução da classificação de Portugal para “lixo”, feita pela Moody’s, provocou pânico nos mercados e foi alvo de duras críticas por parte das instâncias europeias.
“É minha intenção pedir à presidência polaca da União Europeia (UE) para colocar este assunto na agenda do próximo Ecofin”, revelou Michel Barnier num discurso em Paris, transmitido pelo seu gabinete em Bruxelas, segundo a France Press.
O Comissário Europeu para os Mercados Financeiros realçou que “ainda falta estudar a viabilidade da proibição e de que forma se processaria”, cita a Lusa.
Outra comissária europeia, Viviane Reding (Justiça) vai mais longe, sendo a favor do desmantelamento das três grandes agências de notação financeira norte-americanas: Standard & Poor’s, Moody’s e Fitch.
No fim-de-semana passado, um grupo de economistas franceses defendeu a ideia de que só o Fundo Monetário Internacional é que deve avaliar as dívidas dos países.
Na reunião de segunda-feira com o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, os responsáveis das Finanças da Zona Euro discutiram a necessidade de melhorar a forma como é feita a notação das dívidas soberanas por parte das agências de notação de risco mas, segundo fontes comunitárias, não se deverá avançar muito nesta área em que há divisões entre os europeus.
A Comissão Europeia deverá apresentar propostas concretas no sentido de aumentar a supervisão e a regulamentação destas empresas só em Novembro.
Certo é que o projecto de criação de uma agência de notação europeia se tem deparado com resistências, pelo menos por parte do Reino Unido e do Banco Central Europeu, que têm dúvidas sobre a sua futura credibilidade junto dos mercados. Os 17 ministros das Finanças da Zona Euro irão passar uma parte importante da reunião a tentar encontrar uma solução sobre as modalidades e o envolvimento do sector privado no segundo pacote de ajuda à Grécia, que deverá ser decidido até Setembro próximo.
A OCDE defendeu a participação dos credores privados no segundo resgate grego.
Fonte: Jornal de Angola