Após semanas de paralisações económicas, as perspectivas de recuperação continuam “altamente incertas” nos EUA e as empresas de todo o país lamentam sobre o tempo que levará para que as coisas possam voltar ao normal, declarou o Federal Reserve nesta quarta-feira (27).
Uma pesquisa do Livro Bege do Fed apontou que nas últimas semanas a actividade económica continuou em queda acentuada em todas as regiões dos EUA, com uma redução considerável na compra e venda de automóveis e inquilinos com dificuldades para pagar o próprio aluguer.
“Embora muitos dos consultados tenham expressado esperança de que a actividade geral apresente uma melhora com a reabertura do comércio, as perspectivas permanecem altamente incertas e a maioria deles é pessimista quanto ao ritmo de recuperação”, segundo a pesquisa.
De acordo com o documento, as suspensões ocasionadas pela pandemia da COVID-19 fizeram com que a actividade económica diminuísse em todos os 12 distritos analisados pelo Fed, com a maioria deles apresentando quedas vertiginosas no emprego.
Dados do governo mostram que desde Março o número de demissões se aproxima aos 40 milhões, embora alguns dos bancos regionais do Fed relatem que a maioria delas sejam temporárias.
As empresas também apontaram uma lista de “desafios para trazer funcionários de volta ao trabalho, incluindo preocupações com a saúde dos funcionários e acesso limitado a cuidados com as crianças (dependentes)”.
Havia uma forte procura pelo Programa de Protecção ao Pagamento (PPP) do governo, que ajudou as empresas a “limitar ou evitar” demissões, de acordo com o relatório.
No entanto, algumas empresas afirmam ter realizado aumentos salariais temporários para trabalhadores essenciais como forma de “competir com o seguro-desemprego”, que foi ampliado em meio à pandemia.
A pesquisa nacional recolheu informações até 18 de maio, em preparação para a próxima reunião do Comité Federal de Mercado Aberto do Fed, que ocorrerá nos dias 9 e 10 de Junho.