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    EUA pedem ao papa coragem para combater perseguição religiosa na China e no mundo

    O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, pediu hoje ao papa Francisco “coragem” para combater as perseguições religiosas, particularmente face à China, com a qual o Vaticano está prestes a renovar um acordo sobre a nomeação de bispos.

    “Apelo a todos os líderes religiosos que encontrem a coragem para enfrentar as perseguições religiosas das suas próprias comunidades e de outros tempos”, disse Pompeo num seminário, em Roma, em que participou também o arcebispo britânico Paul Gallagher, encarregado das relações do Vaticano com outros Estados.

    Pompeo fez fortes críticas à China, que acusa de reprimir as minorias católicas e muçulmanas, acrescentando que “os dirigentes cristãos devem defender os seus irmãos e irmãs”.

    “Em nenhum outro lugar como na China a liberdade de culto é tão atacada”, disse o chefe da diplomacia norte-americana, que citou em vários momentos o empenho do papa João Paulo II em relação ao bloco soviético, nos anos 1980, em nome do que o papa polaco considerava “o risco da liberdade”.

    “Possa a Igreja, e todos os que sabem que um dia prestaremos contas a Deus, ser tão audaciosa nesta nossa época”, afirmou.

    As relações entre os Estados Unidos e o Vaticano são tensas desde a assinatura, em setembro de 2018, de um histórico acordo provisório entre o Vaticano e a China sobre a nomeação de bispos.

    A China e Vaticano romperam os laços diplomáticos em 1951, depois de Pio XII excomungar os bispos designados pelo Governo chinês.

    Os católicos chineses dividiram-se então entre duas igrejas: a Associação Católica Patriótica Chinesa, aprovada por Pequim, e a clandestina, que continuou fiel ao Vaticano.

    O acordo, em que o papa Francisco se empenhou para unir as duas igrejas católicas chinesas, dá ao Vaticano a última palavra na nomeação dos bispos chineses, o que já ocorreu por duas vezes desde a assinatura do pacto.

    O Vaticano considera que é um direito seu nomear os bispos, visando preservar a sucessão apostólica que remonta aos apóstolos de Jesus Cristo, mas, até ao acordo, a China considerava a exigência do Vaticano uma violação da sua soberania.

    Devido à disputa, o regime chinês nomeou, ao longo das últimas décadas, vários bispos sem o consentimento do papa, alguns dos quais foram depois excomungados pelo Vaticano, e os bispos que se mantiveram fiéis ao Vaticano foram detidos ou perseguidos.

    Mike Pompeo não vai encontrar-se com o papa Francisco nesta visita a Roma, sendo recebido pelo “número dois” do chefe da Igreja Católica, Pietro Parolin.

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