A Câmara dos Representantes dos Estado dos Estados Unidos da América aprovou a instauração de um processo de destituição a Donald Trump, acusado de ter incitado um ataque ao Capitólio, abrindo caminho a um segundo julgamento histórico do Presidente dos Estados Unidos.
Ao mesmo tempo em que se prepara para deixar a Casa Branca, Donald Trump tornou-se no primeiro Presidente dos Estados Unidos a ser alvo de dois ‘impeachments’ pela Câmara dos Representantes.
Um ano depois do caso “ucraniano”, o bilionário republicano de 74 anos, que cede o lugar a Joe Biden no próximo dia 20, é acusado de ter incitado um ataque ao Capitólio, um incidente que provocou a morte a cinco pessoas e abalou a democracia americana.
A impugnação foi aprovada com 232 votos a favor, incluindo de 10 republicanos, e 197 contra, um acto inédito na opinião da presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi.
“Hoje e de forma bipartidária, a Câmara mostrou que ninguém está acima da lei, nem mesmo o Presidente”, anunciou Nancy Pelosi, antes de assinar a acusação de Donald Trump.
Senado será a próxima etapa
A próxima etapa será no Senado. Mitch McConnell, líder da maioria republicana no Senado, disse ontem que não convocará a câmara alta norte-americana antes de 19 de Janeiro. Contudo, o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, anunciou que vai tentar que seja admitida a invocação de urgência do artigo de destituição, para que o julgamento político possa começar ainda esta semana.
Para Donald Trump ser considerado culpado, serão necessários os votos de 17 senadores republicanos. Se o Senado aprovar a destituição de Trump, o Presidente perde os poderes de imediato, sendo substituído pelo vice-Presidente, MiKe Pence, até à tomada de posse de Joe Biden, e fica impedido de voltar a recandidatar-se a um novo mandato presidencial.
Donald Trump apela à calma
Donald Trump não comentou a sua acusação, mas apelou aos seis apoiantes para se manterem calmos. “Condeno inequivocamente a violência que testemunhamos na semana passada. A violência e o vandalismo não têm absolutamente nenhum lugar no nosso país, nem tem lugar no nosso movimento. Devolver a grandeza à América significa defender o estado de direito, apoiar homens e mulheres responsáveis pela aplicação da lei e defender os valores e tradições mais sagrados da nossa nação.” disse o presidente cessante.