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    Etiópia: ONU, França, Alemanha e EUA instam cidadãos a abandonarem o país

    Os guerrilheiros separatistas da Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF) conquistaram, no passado sábado, Shewa Robit, uma cidade que fica a cerca de 220 quilómetros da capital, Adis Abeba. A ONU, França, Alemanha e Estados Unidos da América já fizeram um apelo aos seus cidadãos para abandonarem o país.

    Este pedido vem na sequência de um aumento de combates e de um intensificar da guerra entre as forças do Tigray e o governo central, nas últimas semanas.

    A ONU, através de um comunicado divulgado esta segunda-feira, pediu que se “coordene a evacuação e se assegure que todos os membros elegíveis, familiares do pessoal destacado saiam da Etiópia, o mais tardar até ao dia 25 de Novembro (amanhã)”.

    A embaixada francesa na capital, Adis Abeba, também já instou os cidadãos franceses a abandonarem a Etiópia imediatamente através de voos comerciais ou, em caso de necessidade, em voos charter.

    Devido ao avanço rápido do conflito, os Estados Unidos da América e a Alemanha também fizeram o mesmo apelo aos seus nacionais e pediram que estes saíssem da Etiópia o mais rápido possível.

    O avanço dos líderes rebeldes abre uma nova etapa nesta guerra civil que dura já há mais de um ano no país e que, segundo a ONU, já levou cerca de 400 mil pessoas a uma situação de fome. Esta guerra separatista já fez milhares de mortos e mais de 2 milhões de deslocados e está a causar uma crise humanitária severa.

    A violência do conflito no Tigray já levou mesmo a Organização das Nações Unidas a admitir que existem “crimes contra a humanidade”, de que são exemplos ataques contra civis, actos de tortura, sequestros e violência sexual.

    As Nações Unidas têm tido muita dificuldade em enviar ajuda humanitária para o Tigray e já acusaram o governo central de bloquear o processo, o que levou Adis Abeba a expular 7 quadros da ONU que trabalhavam na Etiópia.

    O Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU, popularmente designado por OCHA, também alertou hoje para o facto de cerca de 8,1 milhões de pessoas precisarem de ajuda humanitária no norte da Etiópia devido aos confrontos.

    De salientar que o TPLF sempre teve uma preponderância na política etíope, chegando a dominar sucessivos governos, mas desde que o atual primeiro-ministro Abiy Ahmed assumiu o poder, em 2018, instalou-se a rivalidade, que culminou num violento conflito armado em Novembro do ano passado.

    Abiy Ahmed, primeiro-ministro da Etiópia compromete-se a lutar contra os rebeldes
    Abiy Ahmed, primeiro-ministro da Etiópia e vencedor do prémio Nobel da Paz, em 2019, já se comprometeu a ir para o campo de batalha lutar contra os rebeldes da região do Tigray. Este anúncio acontece após as conquistas mais recentes dos líderes rebeldes.

    “Agora é o momento em que o nosso país necessita de sacrificar-se. A partir de amanhã, estarei no campo de batalha para liderar as forças de defesa nacional”, disse, num comunicado feito na sua conta de Twitter, incitando os seus compatriotas a juntarem-se à luta.

    Esta declaração voltou a gerar preocupação por parte da comunidade internacional, que teme que o conflito coloque em causa ainda mais a estabilidade da região, bem como dos países vizinhos.

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    FonteRFI

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