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    Estudantes procuram obras de Óscar Ribas

    A Casa Museu Óscar Ribas recebe mensalmente mais de cem pessoas, entre estudantes no ensino básico, médio, superior e autodidactas, no intuito de investigarem as obras do exímio escritor angolano Óscar Ribas e os utensílios usados pelo etnólogo.
    A directora da Casa Museu, Fernanda Almeida, disse ontem à Angop que os pesquisadores lêem preferencialmente os livros “Misoso”, “A Libertação Regional” e “Tudo Aconteceu”, obras com uma componente histórica muito importante. Além disso, incluem contos e provérbios que ajudam as crianças a reflectir e a conhecer os hábitos e costumes do seu país.
    “Os estudantes dos cursos médios e universitários, especialmente os que estudam antropologia, economia e ciências, vêm explorar os livros científicos que fazem parte do espólio de Óscar Ribas, tal como os que abordam as finanças do tempo colonial, relatórios bancários, estatísticas de educação, cultura e turismo”, asseverou.
    Na Casa Museu Óscar Ribas, a­pontou, encontram-se outros bens de suma importância, como mobiliário antigo, vídeos e som sobre a actividade e entrevistas que o escritor concedeu à imprensa, diplomas de mérito, entre outros.
    Fernanda Almeida sublinha, com satisfação, o facto dos responsáveis da Organização de Pioneiros Angolanos (OPA) levarem as crian­ças, com alguma frequência, a visitarem o museu, além de membros da JMPLA, da OMA e funcionários de algumas empresas do país. “Peço, por isso, que outras organizações, como os partidos políticos, tenham o hábito de incentivar os seus militantes ao conhecimento da cultura nacional”, indicou.
    Segundo a directora, se se quer construir uma Angola cada vez mais desenvolvida, deve-se apostar no incentivo à leitura, e no conhecimento de outros bens culturais patentes nos museus e sítios históricos.
    Doado pelo escritor em 1983 à ex-secretária de Estado da Cultura, a Casa Museu Óscar Ribas é tutelada pelo Ministério da Cultura, sendo um edifício de três pisos, construído há mais de cinco décadas, situado no município da Ingombota.

    O museu tem como objectivo preservar, divulgar e investigar os testemunhos da vida social, cultural e literária do escritor etnólogo Óscar Ribas. A casa (onde ele viveu entre 1975 e 1983, ano em que partiu para Portugal) possui um acervo multidisciplinar, onde se podem encontrar colecções de medalhas, moedas de vários países, objectos de usos e ritos tradicionais angolanos, gramofone, literatura em Braille, rádio, depósitos de jornais, quadros religiosos e  obras literárias com mais de cem anos.
    Nascido em Luanda, a 17 de A­gosto de 1909, Óscar Bento Ribas, filho de pai português e de mãe angolana, devido a dificuldades económicas do seu pai completou apenas o 5º ano no Liceu Salvador Correia. Ingressou na função pública, nos serviços de fazenda. Devido ao agravamento de uma doença congénita, retinite pigmentária, apenas trabalhou cinco anos.
    Faleceu a 19 de Junho de 2004, em Portugal, por motivo de doença.
    Algumas obras do autor: “O Resgate de Uma Falta”, “Uanga”, “Ecos Da Minha Terra”, “Ilundo”, “Misoso”, “Alimentação Regional Angolana”, “Kilandukilu”, “Tudo Isso Aconteceu” e “Dicionário de Regionalismo Angolano”.

    Fonte: Jornal de Angola

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