O economista Lopes Paulo disse hoje, segunda-feira, em Luanda, que 70 porcento do valor de financiamento do Programa Angola Investe é suportado pelo Estado angolano e os restantes 30 porcento garantidos pela negociação entre empresários e bancos.
Falando no seminário sobre “Agro negócio”, promovido pela Associação Industrial de Angola (AIA), em parceria com a Câmara Agrícola Lusófono (CAL) e Banco Económico, disse que os 70 porcento que o Estado dá como garantia servem para as micro, pequenas e médias empresas darem início as suas actividades.
Lopes Paulo apelou, a este propósito, aos empreendedores no sentido de procurarem escritórios de consultorias, com vista a elaboração de projectos de estudo de viabilidade credíveis e serem aprovados pelos bancos comerciais.
Segundo o economista, o sucesso de qualquer negócio passa pela boa gestão, uma ferramenta que pode ser potenciada através do Instituto Nacional de Apoio as Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM).
“O sucesso não depende apenas da capacidade financeira, mas também da capacidade técnica e de uma gestão rigorosa que possa dar continuidade do projecto”, afirmou.
Lopes Paulo afirmou ainda que o Programa Angola Investe, vocacionado a financiar projectos dos sectores produtivos – agricultura, pecuária e pesca – ainda tem dado passos lento e espera-se que o mesmo seja mais proactivo a partir do próximo ano (2016).
Quanto aos pequenos agricultores, frisou que esta classe de produtores deve recorrer ao Crédito Agrícola de Campanha, um programa que financia até o equivalente a cinco mil dólares por cada associado de uma cooperativa e que prevê taxas de juros bonificadas.
Acrescentou que o seminário sobre “Agro negócio” pode servir de catalisador de negócios entre empresas portuguesas e angolanas no domínio do agro negócio, desde a produção agrícola à agro-indústria.
“O país tem desafios importantes para garantir a auto-sustentação alimentar e não continuar a depender das importações”, disse o economista.
Lopes Paulo espera que os empresários angolanos e portugueses venham a assinar parcerias de negócios, que resultem no incremento da produção nacional e na potenciação das exportações, por ser uma via importante para a obtenção de divisas e, deste modo, equilibrar a balança de pagamentos. (ANGOP)