O embaixador de Portugal em Angola, Francisco Ribeiro Telles desafiou ontem, em Luanda, os empresários portugueses a reforçarem e ampliarem os investimentos no interior do país, com o objectivo de se reduzirem as grandes assimetrias que ainda se regista entre a capital e as demais regiões.
O diplomata, que falava durante a abertura do II encontro luso-angolano sobre Economia, Sociologia, Ambiente e Desenvolvimento Rural, disse que os sectores da agricultura, mineralogia, energia e indústria transformadora devem ser a principal aposta dos empresários portugueses em Angola.
Na sua opinião, as relações entre Angola e Portugal são excelentes a todos os níveis, principalmente na área económica. “Precisamos de fortalecer cada vez mais estas relações porque no ano passado se registou um certo abrandamento nos investimentos entre os dois países.” Alias, o investimento directo de Angola em Portugal caiu dos 116 milhões de euros apurados em 2009 para 45 milhões em 2010. Em Portugal, Angola investe sobretudo na área de intermediação monetária e em outras actividades. Quanto ao investimento directo português em Angola se contraiu de 2009 para 2010, atingindo os 226,7 milhões euros.
Entretanto, a reitora da Universidade Metodista de Angola, Teresa da Silva Neto, disse, na ocasião, que a necessidade de criar iniciativas que promovam o desenvolvimento rural e conduzam a uma estratégia de desenvolvimento sustentável no eixo agro-industrial é uma das apostas da sua instituição. Na sua visão, este evento encontrará formas eficazes de cooperação e pereceria entre as instituições pública e privadas de Angola e Portugal, tal como a oportunidade e aprofundamento de laços entre as comunidades académicas de ambos os países.
Ainda assim, pretende-se estreitar e fortalecer o relacionamento entre Angola e Portugal no interesse comum dos povos em relação ao desenvolvimento sustentável, no qual a agricultura desempenha um papel determinante.
Na manhã de ontem foram abordados temas relacionados com o desenvolvimento rural, importância da produção de café na sustentabilidade da agricultura, desenvolvimento de políticas agrícolas e sustentabilidade do ambiente e globalização, e a agricultura e desenvolvimento sustentável na economia angolana.
Graciete Mayer
Fonte: Jornal de Angola
Fotografia: Dr