Israel, que jurou aniquilar o Hamas pelo seu ataque sangrento e sem precedentes em solo israelita a 7 de Outubro, factor que despoletou a actual guerra, ainda não tinha reagido às declarações desta terça-feira.
Entretanto o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tinha reafirmado na noite de segunda-feira que o seu exército “não cessaria os combates enquanto não trouxermos os nossos reféns para casa”.
No dia do ataque, cerca de 240 reféns, foram segundo as autoridades israelitas, levados para a Faixa de Gaza, area fronteiriça ao sul de Israel e sob controlo do Hamas desde 2007, estando esses reféns sob custodia do Hamas e do Jihad Islâmico, outro grupo armado palestino que participou do ataque de 7 de Outubro.
Recorde-se que o Catar, o Egipto e os Estados Unidos fazem parte dessas negociações.
“Fase final”
Segundo disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed Al-Ansari as negociações para a libertação dos reféns estariam em “fase final” e “Nunca estivemos tão perto de um acordo”.
Haniyeh fala em acordo “fechado”
Na mesma terça-feira, o chefe do Hamas Ismail Haniyeh, baseado em Doha, anunciou numa breve mensagem postada na rede social Telegram que o seu movimento tinha “entregue a sua resposta aos irmãos do Catar e aos mediadores. Estamos cada vez mais próximos da conclusão de um acordo de tréguas.”
“50 a 100 reféns” contra 300 prisioneiros palestinos
Duas fontes familiarizadas com o assunto disseram à AFP na terça-feira que um acordo incluiria a libertação de “50 a 100” reféns civis em troca da libertação de 300 mulheres e crianças detidas por Israel. A transferência realizar-se-ia por etapas, num ritmo de “dez” reféns israelitas contra “trinta” prisioneiros palestinos por dia.
Recorde-se que até ao momento os esforços de mediação ja’ conduziram à libertação de quatro reféns. “Estamos muito optimistas e cheios de esperança”, declarou ainda o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed Al-Ansari, numa conferência de imprensa em Doha, tendo acrescentado que era seu desejo que essa mediação resultasse numa trégua humanitária.
Por Nelson Nascimento