O tribunal administrativo do Cairo “suspendeu a aplicação” do decreto que autorizava o Exército egípcio a deter civis. A prerrogativa tinha sido decretada pelo governo interino antes da segunda volta das eleições presidenciais, a 16 e 17 de Junho.
Depois da vitória de Mohamed Morsi, o conselho militar e a Irmandade Muçulmana dão sinais de aproximação, nomeadamente acerca dos poderes concedidos ao novo chefe de Estado e do futuro do Parlamento, dissolvido há 10 dias.
A dissolução da Assembleia e a forte redução dos poderes presidenciais, decretada pelo Conselho Superior das Forças Armadas a meio de Junho, tinha sido classificada pelos islamitas como “um golpe de Estado”.
Mas, segundo fontes da Irmandade Muçulmana, os dois campos estão agora a colaborar num compromisso e os generais estão dispostos a abdicar de uma parte dos poderes.
Num sinal conciliador, o presidente eleito recebeu esta segunda-feira o Conselho Supremo das Forças Armas. Um encontro fortemente simbólico, no qual Mohamed Morsi – preso em 2006 pela oposição ao regime militar – fez questão de saudar a “sábia gestão” do Exército durante a transição no Egito.
O analista Hassan Abu Taleb frisa que Morsi e a Irmandade Muçulmana “privilegiam uma corrente política reconciliadora. Morsi não procura, pelo menos nesta fase, qualquer confronto com o Conselho Supremo das Forças Armadas”.
Morsi tem de ocupar-se também das graves dificuldade económicas que atravessa o país. O Fundo Monetário Internacional declarou-se “pronto a ajudar o Egito”.
Fonte: EURONEWS