Ahmed Shafiq, último primeiro-ministro do Egito sob o regime de Hosni Mubarak, tem o caminho livre para ir à segunda volta das presidenciais.
O tribunal constitucional vetou uma lei que pretendia afastar Shafiq da corrida à presidência.
Ao mesmo tempo, aprovou a invalidação de um terço dos lugares da assembleia eleita nas últimas legislativas, o que vai implicar a dissolução do Parlamento e novas eleições.
A apreciação da lei por parte do Tribunal Constitucional foi acompanhada por manifestações na rua, algumas contra e outras a favor de Shafiq.
“Ahmed Shafiq deve ser excluído. A decisão do tribunal não foi justa. Esta é a conclusão de uma história, executada pelo regime militar, e as eleições são o último episódio”, diz um manifestante. Já uma apoiante do ex-primeiro-ministro diz: “Dizem-me para votar em Mohamed Morsi. Mas o que é que ele fez de justo? Pessoalmente, vou votar Shafiq”.
A decisão do tribunal pode implicar que a Irmandade Muçulmana se junte aos protestos. O partido, maioritário no Parlamento, apresenta Mohamed Morsi como canditato à segunda volta, contra Shafiq. Os manifestantes dizem que estão a acabar com a revolução popular, que fez o regime de Mubarak cair no início do ano passado.
A decisão do Tribunal Constitucional aplica-se a um terço do Conselho Popular, mas também ao Conselho Consultivo, o que vai bloquear estas instituições na véspera das presidenciais e complicar ainda mais a crise política no Egito.
Fonte: EURONEWS